domingo, 9 de agosto de 2020

Memória olfativa ou Há cheiros que são poesias

O cheiro de bolo quentinho que inunda a casa a tarde, se mistura com o aroma de café recém passado, e me transporta para outro lugar, outro tempo...
Sinto aconchego, um afago na alma,
Um abraço que não vem dos braços, mas das narinas, da memória, da imaginação.
Não é apenas cheiro de bolo caseiro de laranja ainda no forno, é perfume de infância, de uma cozinha de chão de cimento queimado - que antes de ser moda, era uma solucao de baixo custo para casas populares.
De raios solares entre frestas atravessando a janela, permeando a cortina de rendas e fazendo delicados desenhos de sombras enquanto ilumina o cômodo. 
O filtro de barro, a geladeira azul, a cortina de canudilhos e a velha chaleira, apoiada no balcão.
Meus amados avós. 
O chocolate quente e as histórias de ninar que compunham meu ritual noturno.
Carinhos quentes.
O cheiro traz lembranças... Como tudo que é efêmero, impalpável. Não escorre pelas mãos, mas se dissolve no ar, flutua, eleva-se, e vai-se embora.




8 comentários:

  1. Fiquei com água na boca, pensando no cheiro delicioso do bolo de milho da minha mãe.

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    1. Que bom que o texgo te proporcionou esta memória, Jacque! Bolos são comidas especiais, mesmo 😍

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  2. Que leveza, Carol! As memórias olfativas são únicas!

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    1. Obrigada pela visita, Fernanda. Já que não podemos viajar por conta da quarentena, viajamos nas memórias, né? rs.

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  3. Que saudade senti da minha vó agora...

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  4. Lembro de vó quando sinto cheiro de pão...

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