Dizem que os corações têm um número limitado de batidas, que toda equação entre vida e morte dos mamíferos sugere uma só duração. Eu que tenho amado sem freio, percebo que tenho menos tempo por causa do amor. Que há hordas de paixões assassinas. E que o amor verdadeiro que me quisesse vivo, tinha que ser manso pasto de arcádias. Aquele disparo no peito, horas a menos; aquela ligação perdida, uns dois dias; aquele adeus-para-nunca-mais, meses ou anos demasiados. Tenho sido constantemente assassinado. Meus amores me matam a cada esquina, no ritmo frenético dos carros, dos atropelamentos. Ninguém portanto vive um grande amor, morre-se um grande amor. Mas meu coração suicida não entende nada de estatísticas, meu coração kamikaze quer a morte lanceada de cada dia, quer o balaço dos dentes roendo ombros, bocas que sangram a carne rara dos mamilos. É que só entendo o amor como a pequena morte, estampada na cara de Teresa Dávila de Bernini. Por isso, para viver mais: não amar.
Beautiful Mr. Edward!!!!
ResponderExcluir"ninguém portanto vive um grande amor, morre-se um grande amor"
ResponderExcluirbonita frase, bonito texto, bonita foto.
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não, ninguém morre. mas se não amar, que graça tem viver?
ResponderExcluirE tem jeito?
ResponderExcluirQuando te leio fico com o sorriso parque de diversão.
ResponderExcluirhmm, l'amour...
ResponderExcluirBom...Mas não há nada melhor do que gastar o coração com amor...Gostei do texto. =)
ResponderExcluirAbraço!
amor?
ResponderExcluirquem?
o edu?
ahahahaha
como já disse um compositor popular: "pior que a morte é desviver"
ResponderExcluirentão morramos de amor, que causa mais nobre não há!
"Tenho sido constantemente assassinado. Meus amores me matam a cada esquina, no ritmo frenético dos carros, dos atropelamentos. Ninguém portanto vive um grande amor, morre-se um grande amor."
ResponderExcluirJá dizia Nelson Rodrigues, em seu clássico Anjo Negro.
"Matar por amor não é pecado"
A + B = Adorei.
"Meus amores me matam a cada esquina, no ritmo frenético dos carros, dos atropelamentos."
ResponderExcluirAcho que a minha hipertensão vem disso.
Queria eu um amor de morte não matada, de data marcada e passagem comprada.
ResponderExcluirBela Imagem. Belíssimo texto.
ResponderExcluirDificil essa questão do amor, talvez porque, como disse: o filosófo: seja a nossa tarefa maior perto da qual todas as outras perdem ou tem menor importância",
Um chamado para longe (Rilke),e vc com seu texto conseguiu "mostrar" essa condição ímpar do efemero com o eterno; do erótico com o sublime, parabéns Mestre, isso é pra poucos.
abs
Não me bate, mas acabei de postar o dia 10.
ResponderExcluirescrito assim só pode ser de uma pessoa intensa.
ResponderExcluir(milhares de comentários mentais sobre seu post)
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