segunda-feira, 19 de abril de 2010

Bisavó cabocla

Diz a lenda que todo brasileiro tem uma.

Segundo meu pai, a minha bisavó cabocla era uma mulher linda, mesmo velhinha. Segundo meu tio, era uma criatura cruel que batia nos netos com um porrete, mesmo depois de cega. Segundo minha tia, o único que não apanhava era meu pai, a quem a velha chamava de "meu caboclinho", mesmo quando já não lembrava mais quem ele era.

Minha filha tem olhos rasgados e um tom de pele surpreendentemente saudável pra um bebê. Se herdar os cabelos lisos e escuros do pai, um dia poderá ser a bisavó cabocla de alguém.

Espero que, da vertente indígena, Letícia herde a aparência, o afeto e o senso de higiene. Bater nos netos com um porrete é muita sacanagem!!!!

Feliz Dia do Índio.

5 comentários:

  1. Hauhauahauahauah
    Bater nos netos com um porrete é covardia. E a gente apreendendo aquela imagem do índio bonzinho, pacífico, ahn, sei.

    ResponderExcluir
  2. eu tive uma.
    vó luisa.
    pele cor de jambo, cabelo preto, liso e grosso, que ela prendia em um coque alto.

    ResponderExcluir
  3. Minha vó, tinha noites, ficava possuída. Tinha gente que tinha medo dela. Eu punha linha na agulha. Adorava o pé no pedal e ficar mexendo para ver a agulha subir e descer. Meu "pinto" sempre ficava preso no ziper (só passei a usar cuecas depois dos 11). Era uma preocupação danada para os avós, que poderiam ter resolvido tudo com shorts com elástico. A minha infância parece o passado do passado. Eu me acho atualmente assim, um ser meio que (digamos) pretérito.


    E viva a Caboclada!!!!

    ResponderExcluir
  4. Minha vó, tinha noites, ficava possuída. Tinha gente que tinha medo dela. Eu punha linha na agulha com meus olhos bons, e eu gostava daqueles furinhos do dedal. Adorava mesmo, de mover o pedal da máquina de costura, ficar mexendo para ver a agulha subir e descer. Era proibido. Ela fazia shorts para mim. Meu "pinto" sempre ficava preso no ziper (só passei a usar cuecas depois dos 11). Era uma preocupação danada para os avós, que poderiam ter resolvido tudo com shorts com elástico. Acho que ela era mais portuguesa que cabloca. Tinha três nomes. Ela sempre foi muito velha para mim. Eu lembro de subir uma ladeira com uma lata dágua, porque faltou, e tivemos que buscar num cano que jorrava. O chão era de paralelepípedo.

    A minha infância parece o passado do passado. Eu me acho atualmente assim, um ser meio que (digamos) pretérito.


    E viva a Caboclada!!!!

    ResponderExcluir