sexta-feira, 8 de março de 2013

Acabou o Céu



 Andaram me perguntando bastante ultimamente se eu não quero ter um segundo bebê. 

 As vezes penso em ter mais um ou dois, e me pego escolhendo os nomes que eu iria colocar. Mas isso eu faço só as vezes, não sou daquelas loucas que saem por aí sorrindo pra qualquer bebê, falando com eles, e querendo apertá-los, sou mais assim com gatos.

Gato eu também só tenho um, e o projeto de ter outro está sendo pensado, repensado e adiado faz uns dez anos. 

 No mais, gosto mais de crianças do que de bebês e já tenho uma criança em casa, acho que mais me assusta minha criança crescer do que a ideia de não ter outro filho. 

Tenho que admitir que o processo de gravidez, amamentação, fraldas, dores de ouvidos, cólicas e choros me desanimou bastante. 

 Já ter outro gato é mais simples, mas mesmo assim sou tão apaixonada pela minha Panqueca, que teria uma cobrança enorme do próximo filhote, fora problemas com ciúmes, e espaço. 

Está aí o grande problema: espaço.

 Nem filho, nem gato, nem bicicleta, nem mesa com cadeiras, nem árvores, não tenho lugar para nada disso. 

 Moro num lugar apertadinho, que mal deve dar 50 metros quadrados. Até gosto daqui, é bonitinho, mas 
é bem pequenininho.

 Quando estou andando por aí saio paquerando casas, paro enfrente de casas antigas, com placas de vende-se, fico pensando em como são dentro, em como seria se fosse minha.



 Acontece que queria um "pedacinho de terra" chão mesmo, que fosse meu pelo tempo que estou viva, não gosto de apartamentos, não queria uma casa flutuante, queria uma plantada no chão.


 Caminhando pela rua vejo muitos prédios, antes quando olhava para o alto, via céu, céu com nuvens, sem nuvens, lua, estrelas, sol, pássaros e aviões passando, a torre da rádio , via um balão sumindo, cá ou lá galhos de árvores.


 Agora não tem mais céu, se tem, tem só um pedacinho a exatamente 180 graus. Eu lembro da vista que tinha ali, que conseguia ver as copas da arvores do parque, que naquela direção era a torre da igreja, só lembro, não vejo mais.

 Vejo só muitos fios e muitos prédios crescendo e brotando. Prédios por todo o céu.

  Esses prédios que tiveram que construir, pra essa gente que resolveu ter mais um ou dois bebês, ter mais gatos, mais cachorros, ter grandes mesas com cadeiras. Parece que eles também não tinham "chão" pra por tudo isso.

Um comentário:

  1. Primeiro um dos nomes mais legais que vi para um gato, só perdeu para o meu primo que teve um gato que se chamava TIJOLO rs.

    É não tem jeito, as cidades só crescem para cima agora, é uma pena eu também não me imagino morando em um AP.

    Curto o texto moça

    Abraço

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