terça-feira, 4 de novembro de 2014

Bromance.


Eu tenho visto muito essa palavra por aí, e na verdade eu tô aqui começando uma conversa. Uma daquelas de happy hour, quando a gente tá sem assunto, só relaxando, e surge algo na cabeça que nem o Lampadinha do Professor Pardal para mostrar alguma coisa ou o Toasty! do Mortal Kombat II [#Emanuelatestaidade]

Pois bem. Eu tenho visto essa palavrinha com uma certa frequência e tenho pensado sobre o contexto social que ela revela e carrega consigo. Quando, lá no princípio, era o Verbo e os que eu conheço já tinham suas noções pré-concebidas do mundo, era aceitável e compreensível o homem, a mulher e as possíveis inter-relações entre um (e um) e outro (e outro). Mas eram relações mesmo - o rapaz beijou um cara, é gay. Pronto. A moçoila beijou uma moça? Tá chamando atenção. Cortou o cabelo curto? Ihhhh...
Abençoados sejam os novos tempos, eu tenho visto as relações cada vez mais diluídas, mais evanescentes no que concerne ao gênero, à forma e ao efeito. E, novamente abençoados sejam esses dias em que vivemos, as demonstrações de afeto tem se tornado mais intensas, e não menos efusivas. As pessoas se querem. Isso é para mim sintoma de uma solidão de massa, mas não dá para ir muito a fundo aqui. Basta dizer que vivemos num arquipélago de solidões. 
Nesse contexto, o que seria há algum tempo uma manifestação genuína de homossexualidade hoje ganha contornos controversos; ainda assim, contornos que garantem que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Embora a simultaneidade de pensamentos nos permitam viver ao mesmo tempo um retrocesso no conceito de família e um avanço em políticas voltadas aos gays, eu sinto que, cada vez mais, teremos diluições no padrão de masculinidade que equivale à heterossexualidade.  
Mas olha, eu acho que eu já conhecia os bromances há muito tempo. Só não sabia que nome dar a isso. 
Vamos citar alguns aqui. 


O bromance mais adorável de todos os animes que assisti. Cito esse, em especial, porque no anime temos spoilers de uma possível relação mais íntima entre os dois [a cena da Mukuro frustrada de ciúme é impactante!]. Kurama mais de uma vez demonstra tranquilidade no trato com ambos os sexos [Karasu, Karasu...] e o autor, Yoshiriro Togashi, demonstra maestria em colocar essas nuances em um shonen manga. Outras duplas reconhecidas são Hyoga e Shun (Cavaleiros do Zodíaco), Carlos e Oliver (Super Campeões). Não, eu não vou falar do Batman e do Robin... rs.


Robbie Williams e Gary Barlow integravam a boyband Take That. Depois de uma briga muito feia, não quiseram mais falar sobre sua amizade. Tempos depois, sai um clipe maravilhoso e cheio de subentendidos. 



Esse bromance é um clássico! Assim que perceberam a química entre si, foram morar juntos. Confesso que acho um casal cute. O engraçado é que, se buscarmos esse bromance no Google, temos mais informações entre Jensen Ackles e Misha Collins (Castiel).

Existem mais casais desse naipe - os BBB da Globo que os digam. E eu observo como a afeição pode ter muitas cores. Eu não tenho muito como concluir essa história - é como uma mesa de bar, a gente começa um assunto e o outro começa outro e no fim ninguém sabe muito bem o porquê da conversa estar seguindo determinado rumo.

Sob as bênçãos de Eros e Afrodite, me despeço. Até mês que vem.
E desce uma cerveja. 

Um comentário:

  1. acho ótima essa fluidez das relações, sem demarcações rígidas de comportamento de gênero. mas acho que ainda estamos aprendendo com as novas gerações. lembro de um dia que um aluno meu, adolescente, veio me mostrar o gloss que acabara de passar nos lábios. "mas ele não me parecia gay", foi inevitável pensar, rs...

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