Quando somos crianças, a amplitude etária de nosso meio social é bem pequena. Geralmente nos relacionamos com pessoas que tem estritamente nossa idade. Às vezes um ano a mais, outras vezes um ano a menos, mas dificilmente mais que isso. Abaixo disso são os crianções indignos de conviver com pessoas com o nosso grau de maturidade e acima disso são os inatingíveis seres do sétimo, oitavo ano, cujo comportamento invejamos, copiamos, mas quase nunca declaramos isso.
Com o tempo, essas diferenças somem e a amplitude etária vai crescendo. Lá pelos 20, geralmente pela entrada na universidade ou no mundo do trabalho, já começa a ser normal convivermos com pessoas consideravelmente mais velhas de igual pra igual (os consideravelmente mais novos ainda costumam ser raros). Nessa fase, nos surpreendemos ao saber que aquele nosso colega de faculdade tem a mesma idade de nosso tio ou irmão mais velho. É divertido isso.
Tudo é muito bonito quando somos nós os novinhos em questão. Dia desses, 4 anos após concluir minha graduação e do alto de minhas quase três décadas de vida (oh, céus! Três décadas!) voltei à universidade para fazer um curso de extensão. Minha turma era composta por crianças de 18, 19 anos que, portanto, ainda desfrutam seus primeiros anos de graduação, com toda a empolgação características desses anos.
Nada contra esse tipo de interação, é que a gente se sente meio esquisito quando o professor olha pra classe, faz o reconhecimento do público e conclui: "Bom, é claro que ninguém aqui era nascido em 93...". Como assim, amigão? Em 93 eu já tinha barba (ok, nem hoje eu tenho barba. Admito. Mas enfim...). Daí eu fui fazer uma piada super engraçada sobre o Roberto Baggio e ninguém riu porque absolutamente ninguém naquela turma sabia do que eu estava falando (ou será que a piada não era boa? Pensando bem...). Além disso, descobri que para ser aceito naquele grupo eu precisava usar o adjetivo "massa" para absolutamente tudo. Sim, amigos. Agora as coisas não são mais legais, bacanas, batutas e nem mesmo "dá hora", agora é tudo "massa" mesmo.
Tudo é muito bonito quando somos nós os novinhos em questão. Dia desses, 4 anos após concluir minha graduação e do alto de minhas quase três décadas de vida (oh, céus! Três décadas!) voltei à universidade para fazer um curso de extensão. Minha turma era composta por crianças de 18, 19 anos que, portanto, ainda desfrutam seus primeiros anos de graduação, com toda a empolgação características desses anos.
Nada contra esse tipo de interação, é que a gente se sente meio esquisito quando o professor olha pra classe, faz o reconhecimento do público e conclui: "Bom, é claro que ninguém aqui era nascido em 93...". Como assim, amigão? Em 93 eu já tinha barba (ok, nem hoje eu tenho barba. Admito. Mas enfim...). Daí eu fui fazer uma piada super engraçada sobre o Roberto Baggio e ninguém riu porque absolutamente ninguém naquela turma sabia do que eu estava falando (ou será que a piada não era boa? Pensando bem...). Além disso, descobri que para ser aceito naquele grupo eu precisava usar o adjetivo "massa" para absolutamente tudo. Sim, amigos. Agora as coisas não são mais legais, bacanas, batutas e nem mesmo "dá hora", agora é tudo "massa" mesmo.
Envelhecer é mesmo um caminho sem volta. E sabe o que é pior? Escrevo este post com uma conjuntivite recém diagnosticada. Olho para o teclado e o que vejo é uma sopa de letrinhas. Olho para tela e vejo tudo anuviado, algo tão difuso e difícil de entender como a passagem do tempo.
Coisas da idade...
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