Nívea del Maestro disse uma das frases mais polêmicas das últimas semanas. E olha que a concorrência é grande. Abordada junto ao marido por um fiscal conscientizava sobre medidas mínimas para evitar o contágio por Covid-19, Nívea reagiu com a famosa “Cidadão, não. Engenheiro civil, formado, melhor que você”. A também engenharia, porém sem registro profissional, pode não estar totalmente errada.
Na Grécia Antiga o cidadão patriota era aquele que zelava pelo bem comum. Atuando na esfera pública e tomando decisões políticas, os patriotas trabalhavam para que a sociedade se desenvolvesse como um todo, de forma harmônica e equilibrada.
No caminho contrário estavam os cidadãos idiotas. Estes abriam mão da participação em decisões coletivas e colocavam os próprios interesses acima do bem comum. Em pouco tempo, já na antiguidade, os idiotas passaram a ser vistos como pessoas sem muita instrução.
Mais de dois mil anos depois, parece claro que as pessoas que insistem em sair de casa sem necessidade, se aglomerando sem máscaras para tomar um chope, não estão preocupadas com o bem comum. Olham para os interesses particulares e ignoram as medidas coletivas. Comportamentos muito mais próximos dos idiotas que dos cidadãos.
Inspirados pelos gregos, mas já no século 20, os existencialistas apontavam a particularidade dos seres humanos. Diferente dos animais, restritos a serem da única forma que os instintos permitem, a razão nos torna capazes de sermos autores da própria existência. Essa característica permite que os humanos sejam múltiplos e diversos, ao invés de restritos a uma única definição.
Curioso que diante de uma infinidade de possibilidades em nosso destino, algumas pessoas prefiram se restringir a uma única definição. Um engenheiro e nada mais. Que agindo pelo impulso, fecha os olhos para a razão e coloca o bem comum em perigo com suas atitudes egoístas.
Por uma dessas ironias da vida, o fiscal, supostamente pior que o engenheiro, era Flávio Graça, não apenas formado, mas doutor em ciências veterinárias. Se arriscou ao sair de casa durante a pandemia para fazer seu trabalho, tentando conscientizar a população sobre a importância de uma simples máscara, para colocar o bem comum acima dos interesses individuais.
* Menção honrosa ao desembargador Eduardo Almeida Rocha Prado de Siqueira, que sintetizou com perfeição meu texto deste mês e o do mês passado.
Na Grécia Antiga o cidadão patriota era aquele que zelava pelo bem comum. Atuando na esfera pública e tomando decisões políticas, os patriotas trabalhavam para que a sociedade se desenvolvesse como um todo, de forma harmônica e equilibrada.
No caminho contrário estavam os cidadãos idiotas. Estes abriam mão da participação em decisões coletivas e colocavam os próprios interesses acima do bem comum. Em pouco tempo, já na antiguidade, os idiotas passaram a ser vistos como pessoas sem muita instrução.
Mais de dois mil anos depois, parece claro que as pessoas que insistem em sair de casa sem necessidade, se aglomerando sem máscaras para tomar um chope, não estão preocupadas com o bem comum. Olham para os interesses particulares e ignoram as medidas coletivas. Comportamentos muito mais próximos dos idiotas que dos cidadãos.
Inspirados pelos gregos, mas já no século 20, os existencialistas apontavam a particularidade dos seres humanos. Diferente dos animais, restritos a serem da única forma que os instintos permitem, a razão nos torna capazes de sermos autores da própria existência. Essa característica permite que os humanos sejam múltiplos e diversos, ao invés de restritos a uma única definição.
Curioso que diante de uma infinidade de possibilidades em nosso destino, algumas pessoas prefiram se restringir a uma única definição. Um engenheiro e nada mais. Que agindo pelo impulso, fecha os olhos para a razão e coloca o bem comum em perigo com suas atitudes egoístas.
Por uma dessas ironias da vida, o fiscal, supostamente pior que o engenheiro, era Flávio Graça, não apenas formado, mas doutor em ciências veterinárias. Se arriscou ao sair de casa durante a pandemia para fazer seu trabalho, tentando conscientizar a população sobre a importância de uma simples máscara, para colocar o bem comum acima dos interesses individuais.
* Menção honrosa ao desembargador Eduardo Almeida Rocha Prado de Siqueira, que sintetizou com perfeição meu texto deste mês e o do mês passado.
Realmente, a concorrência para frases infelizes está grande!
ResponderExcluirBoa reflexão, macaco cidadão kkkk
As duas situações são lamentáveis. Lendo o texto, lembrei de uma expressão sobre a qual reflito sempre "privilégio não deveria ser uma vantagem sobre o outro, mas uma responsabilidade para com o outro". O médico veterinário citado no texto encara o seu privilégio em prol do bem comum, enquanto o engenheiro e o desembargador encaram como vantagem. Lamentável.
ResponderExcluirPois é... desconfio que estamos presos em um distopia surrealista!!!
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