A intenção era dizer sobre Angra e sua beleza, o mar, os barcos, as pessoas. A intenção era dizer sobre minhas 23 primaveras.
Mas nada, nada dentro de mim consegue ir além da dor dessa perda irreparável.
sábado, 7 de novembro de 2009
Angra, meus 23 e sentimentalismos
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Lubi
Tenho vinte e quatro anos e estou perdendo-os apressadamente na sobre-vivência com a visão e audição e olfato e tato e paladar pela intensidade de sentir. Sinto muito. Sou inteira id. Nasci passado e não sei se é corpo ou alma esse envelhecimento. Essas tantas rugas de tão poucos amores como o craquelado de chão sertanejo, até o abismo interior ou o abaixo da terra, esses infernos. Meu imenso ego transborda invisível o físico. Para falar dos outros, falo de mim e até calada. Você jamais me conhecerá inteira porque quando minto, há verdades e elas são minhas e apenas, porque minha prisão é viver o que quer que seja e a libertação é a escrita. Quando eu não suportar mais essas tantas reinvenções de mim mesma pela negação do eu único e profundo e tão só e pelo ódio ao previsível e rotineiro, queimarei meus restos para as moscas não pousarem nesse sagrado, para os insetos não devorarem o que nunca houve. E tocarei um fado, o mais triste, para o tempo parar para sempre.
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Em todo o caso, apesar de, embora haja a dor... parabéns!
ResponderExcluire a perda, as vezes, pede pausa.
ResponderExcluirlindo mesmo assim.
beijo
Cheio de sentimentalismo e gosto muito disso.
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