domingo, 21 de fevereiro de 2010

Eu sou "mazinha", e você?


Certa vez a estimada colega deste blog, Marcela Prado e responsável por postar este texto de hoje, pois eu não tenho internet no moquifo em que eu moro, comentou-me que minha alma é cinza. Concordo com ela. Em partes.

Às vezes meu ânimo está roxo de raiva, vermelho de paixão, preto como meu humor negro, laranja de alegria e por aí vai. Só não tem tons pasteis na minha escala pantone de cores. Porque eu sou daquela “tipa” oito ou oitenta que ou ama muito uma coisa ou odeia. E sou também assim, extremista, com as pessoas e sofro com isso. Já errei feio em meus julgamentos e para fazê-los, em geral, eu bato o olho em fulano e a coisa toda é muito simples: ir ou não ir com a sua fuça. Vou no achismo mesmo ou sigo meu “feeling” – só para ficar mais bonito. Na verdade, a princípio eu mais observo do que falo e isso me dá boas margens de acertos, mas do que ninguém nunca vai poder me me acusar é que eu sou falsa e se eu erro com você, me redimo.

Na minha vida dou preferência para pessoas como eu: temperamentais, geniosas e que mostram logo a que vieram. Prefiro lidar com gente assim . Não gosto de sorrisos amarelos disfarçados com um grande desejo de “foda-se” embutido. Sou capaz de entender que o sujeito não está em um bom momento, está irritado ou chateado e mesmo que ele é chato mesmo. Só que eu não sei lidar com quem é dissimulado, com gente que se faz de boazinha ou de abestalhada.

NINGUÉM é 100% benevolente em tempo integral. Ninguém. E sei distinguir o cidadão que é cortês de quem finge, assim como também sei discernir o sincero do mal educado. Um exemplo: “- Eu só contratei você porque achei que você tinha cara de trouxa como todo japonês! E pelo visto me enganei, né? (...) Mas você tem uma vantagem em trabalhar comigo: você nunca vai encontrar uma pessoa tão transparente como eu!” A ex-patroa teve uma merecida resposta que culminou no inferno que foi o meu ano passado, afinal, minha educação e paciência são proporcionais com quem eu interajo.

Eu, conforme já confessei no começo deste post, tenho minha variação de humores e me permito também amaldiçoar e alimentar sentimentos vingativos com os filhos da puta que cruzam o meu caminho. Falem bem ou falem mal o que me incomoda mesmo é passar incólume, pois nada é mais desagradável do que ser ignorada. Também não puxo o tapete, jogo limpo e dou a corda para se enforcarem sozinhos.

E você? Quando é que você se permite ser má ou mal? Quando não tem ninguém te olhando e pumba? Jura de pés juntos que não foi você e ainda bota a culpa em outrem? Tsc, tsc, tsc... Mostra a sua cara para mim, mostra?


Sandra Sakamoto ( Sakana)

3 comentários:

  1. eu sou igual a você, mas to aprendendo a ser diferente, a nao falar mais o que me vem a cabeça, e tem sido tão mais fácil.
    to gostando do meu novo eu, ainda que nao parece bonito ou louvavel.
    eu quero é paz nessa vida. cansei de gente magoada comigo, cansei de brigas.

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  2. `Por que a gente é assim'
    (Cazuza)

    Será que tem ponto de interrogação ou a gente é assim mesmo?

    Essa angústia toda tanto dá em Shakespeare quanto naquelas revistas baratas de fofocas. Interessa mesmo o como vamos alinhavando as nossas melhores respostas.

    Eduardo/Revide
    Eduardo/Revide

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