Semana passada comprei meu primeiro celular. Na verdade foi o terceiro, porque o primeiro meu pai me deu quando eu tinha uns 18 anos. E eu chorei.
Eu odiava celular. Eu odeio celular. Ganhar um aparelho era uma ofensa, então devolvi, recusei, sem apertar um botão sequer.
O segundo foi quando casei, não tinha telefone fixo e meu pai me deu pra usar como se fosse telefone de casa. Era um tijolão usado, que a bateria não durava nada. Novamente devolvi, recusei, sem apertar um botão sequer.
Agora eu comprei um, o primeiro de verdade. Vou passar mais de hora por dia em ônibus, ruas, sozinha, e realmente vou precisar.
Sinto falta dos cartões, das fichas, local e ddd, em longas carreiras de papel.De ligações para o pai buscar, de ficar ouvindo o papo alheio na fila, dos trotes a cobras para a Bahia.
Odeio celular, vejo mais pessoas nas ruas com celular do quê com cigarros.
Um dia fui comer no Mcdonalds (o que pra mim é um passeio capitalista e gostoso) e um cara solitário teve uma longa e alta conversa no celular enquanto comia. Achei uma puta falta de respeito com seu bigmac.
Não adianta, pra mim a pessoa está falando sozinha, rindo sozinha, brigando sozinha, gritando no meio da rua sozinha. E se não tiver falando com ninguém? E se estiver mesmo falando sozinha? Se for uma louca?
Uma vez um cara chapado, bêbado talvez, andava numa rua perto da minha casa, tinha uma conversa bem gesticulada na calçada, ele conversava com um 2, um 2 pixado no muro perto da firma.
Celular pra mim é um 2, um 2 pixado no muro.
Delícia de crônica, Carol.
ResponderExcluir"vou passar mais de hora por dia em ônibus, ruas, sozinha"
ResponderExcluirsozinha.
sozinha.
sozinha!
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!
Nao entendo esse seu medo.
E minha avó comprou um celular,pra quando meu avô saisse sozinho. Eles nunca conseguiram aprender qual botão atendia, qualbotão desligava e o aparelho ficou pra mim
Eu nunca comprei um, sempre foi minha irmã ou meu pai quem deu, nunca fui fã, mas hoje ele faz sentido.
ResponderExcluirEu demorei século para comprar um celular. É o mesmo que tenho hoje, barato, digo que é a unica coisa que anda vibrando atualmente por mim. Mas é mentira. Quase não me ligam. Uso como despertador (não, não tem mp3, rádio, não tem nada), é só um telefone celular. Com seus engasgos, com seus momentos fora de área, mas que me dá horários, e feliz pela possibilidade de (com crédito) reatar amizades dispersas/displicentes, mandar torpedos rancorosos de coração rasgado. E já sinto ternura por ele, que me priva de comprar um modelo mais cara e multifuncional. Ele é básico como eu. E nos movemos por aí sem achar que estamos perdidos.
ResponderExcluirO meu pai é daqueles que quando você mandamensagem dizendo qualquer coisa ele te liga perguntando o quê. E ele nem é deficiente visual, mas o celular dele fala. É uma voz chata, metalizada, mas quando a gente configura escondido pra parar de falar ele fica chateado.
ResponderExcluirEu não vivo mais sem, principalmente com a família neurótica que eu tenho. Uma vez, trabalhando, peguei o celular e tinha 17 chamadas não atendidas de casa. O assunto? Nem lembro, de tão importante que era. Mas, além de falar com a família, meu celular serve para manter contato com meus queridos distantes.
sms é uma coisa perigosa.
ResponderExcluirQuem consegue imaginar a vida sem celular hoje em dia? Antes era algo que nem existia e todos sobrevivemos(rss), mas parece algo indispensável agora. Quando saio sem ele( esqueço em casa ou na casa de amigos)preço que falta algo de mim, um pedaço. A gente acaba incorporando este pequeno aparelho a nossa vida como se fosse de fato parte de nós. Cada louco com sua mania....rs
ResponderExcluirLinda semana...beijoooo.
www.lua2gatos.blogspot.com
Ainda acho que vários dos comentários dariam bom posts! :D
ResponderExcluirbjs
É possivel viver sem celular. Se seus amigos são pontuais e confiáveis...
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