Onda sim, onda não, a cada leva, em cada volta, este mar quer se precipitar. Entre gotas salgadas, anseia transbordar.
Venham, gotas do bem, que vêm lavar estes olhos cansados de desencontro. Lavem, levem embora a sujeira que tinge de cinza, que embaça a vista, pinta tudo em incolor desencanto. Sejam colírio, lavem a dor, tragam a cor.
Compressem sob as pálpebras esta salmoura, diluam os grãos de areia que ardem, secam e enchem a vista de deserto. Que venham aliviar este ardor que já não me deixava mais acreditar no amor.
Caramba, belíssimo poema em prosa. Um dos mais bonitos textos que já vi por aqui. Esse mês está uma alegria para olhos/ouvidos leitores.
ResponderExcluirparabéns
lindoo poema :)
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