terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Atenção: polêmica a frente.

Eu poderia jogar mais um dos meus textinhos pseudo-filosóficos por aqui, e na verdade estava pronto pra deixar pra fazer isso uns dias antes da postagem, mas aqui estou eu, e ainda é 17 de Novembro! O motivo é simples: ler inspira. E mesmo que seja aquela leitura que você localiza de canto de olho e arrisca só pela falta de algo um pouco melhor para fazer. No caso, uma edição da National Geographic Brasil que achei jogada na mesa da cozinha esses dias. A revistinha data de Agosto de 2005, e apesar da chocante imagem da bomba atômica de Hiroshima na capa, me impressionou por outra reportagem que recheia suas interessantes páginas.

O título do meu post vai se justificar logo. A matéria é intitulada “A Voz do Sagrado”, e contém uma espécie e excerto de um livro maior que seria publicado pela Nat Geo, este mais explicitamente chamado “A História das Religiões”. O textinho é assinado por um arcebispo e uma reverenda cristãos, e o mais impressionante pra mim foi que, mesmo em tal condição, os dois demonstram enorme respeito por todas as religiões sobre as quais dissertam e, além disso, a visão expressada por eles converge muito com a minha. Eu mal tenho 18 anos, vocês podem dizer. Mas eu sei no que eu acredito hoje.

Acho que é melhor deixá-los falar por alguns trechinhos:

Qualquer fé carrega o potencial de criar santos e fanáticos. O hinduísmo trouxe-nos a sabedoria de Gandhi e a tristeza do seu assassinato. No budismo podemos ver a face tranquila do Dalai Lama e a brutalidade de Pol Pot. Com o judaísmo, chegou até nós a coragem de Anne Frank e a loucura fundamentalista de Baruch Goldstein. O Islã é a fé do poeta místico Rumi e do terrorista Osama Bin Laden. O cristianismo foi a religião acolhida por Madre Teresa de Calcutá e Adolf Hitler.”

Cada uma das religiões oferecem um caminho para Deus. Deveríamos saber o que elas têm a nos ensinar. Pois o Deus que nos criou é maior do que qualquer religião – e os caminhos que vão dar no Seu conhecimento podem ser em maior número do que aqueles que imaginamos existirem. Deus é demasiado grande para caber na nossa caixinha.”

Se todo mundo pensasse assim…

 

PS1: Não estranhem a dica musical do mês ser Lily Allen. A letra de “Him” (como todas as escritas pela inglesa, aliás) é acima da média, e tem tudo a ver com o nosso tema. Audição altamente recomendável.

PS2: Se alguém ficou se perguntando, não sou cirstão nem judeu, muçulmano nem budista, tampouco protestante. Sou deísta, cujo preceito maior é justamente que “Deus é demasiado grande para caber na nossa caixinha”. Mas não quero fazer propaganda. Assim como esses dois cristãos inteligentes, eu sei que cada religião é só uma forma diferente de chegar a Deus. Pena que a gente as distorça tanto que elas se tornem, como diz o meu melhor amigo, apenas algo “funcional” para controlar a sociedade.

4 comentários:

  1. Vi essa matéria e lembrei do seu texto, Caio: http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/?p=19446

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  2. Concordo plenamente que "Deus é demasiado grande para caber na nossa caixinha". Gosto de acreditar no que a minha mãe me fala: "o importante não é a religião, e sim a religiosidade", ou seja, a fé em algo maior que a gente.

    Mas, pelas minhas observações...pessoas que frequentam, seguem alguma religião, são mais felizes que as que questionam o cosmos.

    Estou no bloco das nem tão felizes =(

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  3. Híndira, li o texto que você indicou. Muito interessante a ideia do "ateísmo 2.0", apesar de eu não ter essa certeza de que "Deus é uma invenção nossa". Mas o ateísmo não deixa de ser uma religião, não é? O Deus dos ateus é a não-existência de Deus. ;D Se todos fossem como o cara do seu texto...

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  4. Bárbara, eu admiro quem tem a certeza absoluta de seguir uma religião e acreditar nela. Mas não sou capaz de ter tanta fé assim. Duvidar é algo que eu sempre fiz, e sempre vou fazer. Talvez seja uma vida menos feliz, sim, mas é também uma vida verdadeira com o que a gente sente.

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