Desconstruindo o lado menina que morre, bom mesmo é voltar a ser. Não deixar que a vida endureça mais que o necessário. Sempre me deparo com esse botão inexplicável, que transporta, faz ser criança de novo. Mesmo que mediado por jogos - desses que são bons, e não os joguinhos sociais do dia-a-dia. Jogando os ruins, quando se percebe, lá se foi uma vida.
Vendo fotos antigas, me transporto. E parece que está tão perto. A água gelada da piscininha, saída da mina lá na roça. Os furinhos colados com o retalho do plástico azul, para mais um dia de diversão e refresco. Aquele cheiro de terra, de mato, de água, de xixi escondido que a gente faz disfarçadamente - mas que mãe sabe que tem: - Não bebe a água, menino! Teu primo fez xixi aí.
De repente, me pergunto: são lembranças inventadas? Até que ponto essa fase está tatuada em nossos sentidos? Não sei.
Esse é o momento em que acordo de manhã e a máquina de fazer torradas está ligada, e o cheiro de suco de limão está convidando ao café - sem café. A briga pelo copinho colorido mais legal. O tio fazendo ovo mole no copo para os primos. A vó dormindo de mão dada comigo - ou então aquela borboleta gigante dos meus sonhos que me levava até a casa dela.
Ser infância e ser a minha, é tudo isso.
Ps. Inicialmente, essa era a minha idéia de post. Depois de ler o dia 12, da Iara, resolvi lembrar direito, ou pelo menos com um pouco mais de realidade. A infância, como todas as fases da vida, é repleta de ambiguidades. Embora para a escrita desse mês, em homenagem ao dia das crianças, só me viesse à mente a parte boa, feliz e serelepe, é claro que tiveram momentos bem ruins - o que hoje as pessoas chamam de "bullying" - "numa terra de morenos ser ruivo era uma revolta involuntária", e gorda então, nem se fala. García Marquez tem uma frase de um livro que diz mais ou menos assim: que só sobrevivemos porque a memória diminui as más lembranças e enaltece as boas. E, para ser sincera, que bom que é assim., já que ressentir é sentir de novo - e pra bom sofredor, um sofrimento inteiro basta.
Ps. Inicialmente, essa era a minha idéia de post. Depois de ler o dia 12, da Iara, resolvi lembrar direito, ou pelo menos com um pouco mais de realidade. A infância, como todas as fases da vida, é repleta de ambiguidades. Embora para a escrita desse mês, em homenagem ao dia das crianças, só me viesse à mente a parte boa, feliz e serelepe, é claro que tiveram momentos bem ruins - o que hoje as pessoas chamam de "bullying" - "numa terra de morenos ser ruivo era uma revolta involuntária", e gorda então, nem se fala. García Marquez tem uma frase de um livro que diz mais ou menos assim: que só sobrevivemos porque a memória diminui as más lembranças e enaltece as boas. E, para ser sincera, que bom que é assim., já que ressentir é sentir de novo - e pra bom sofredor, um sofrimento inteiro basta.
Me identifiquei da primeira à última linha.
ResponderExcluirOk, levando em consideração que eu sou moreno, e não ruivo.
Emanuel, já ia perguntar se vc pintava o cabelo rsss.
ResponderExcluirBarbara, fala a verdade, nessa época, uma piscina Regan era o mesmo que o mar. Gigantesca de se olhar e cabia todos os amigos.
eu queria muito ter uma piscininha dessa de novo! pena que só serviria ao meu deleite hahaha
ResponderExcluirAh, essa piscinha... Muito bom seu texto, Bárbara! Abç!
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