Já era mais de 2 da manhã. O Blues já havia terminado e as
cervejas devidamente bebidas. Ainda na tontura do álcool e na adrenalina do
Blues coloquei-me a caminho de casa.
Perdido em devaneios particulares, a fome me fez procurar
por algum lugar. Queria pizza! Lembrava-me de um lugar que costumava ter uma
ótima pizza e, mesmo um pouco fora da minha rota, saí em busca dessa delícia.
No ritmo do blues balançavam os semáforos entre suas cores,
que por algumas vezes eram ignorados por mim. Na adrenalina do risco de morte
ou de vida.
Chegando ao local, só eu acreditara que a padaria com aquela
pizza estaria aberta naquele horário. Doce ilusão, agora, além de fome, a
decepção e o sono também me rondava.
Aqueles três elementos misturados me trouxeram a depressão
que só um blues poderia entender. Não havia solidão ou amor capaz que
interpretar esse momento, e, mergulhado no meu sóbrio, fiz aquilo que todo blues
faz de melhor: o improviso de um coração solitário.
Acendi o motor do meu carro, como se fosse uma chama de
esperança que, atravessando a dança dos semáforos, me conduzira até a janela de
alguém que eu já amara. Parei por ali e fiquei observando por uma eternidade,
até que fui interrompido por algum vizinho de sono leve.
Toquei- me para casa, em busca de outro blues e outro
improviso. E no caminho, cantei algo que a mistura dos desejos que eu tinha, fizeram
minha mente criar:
“Se toda eternidade
fosse curta assim, eternamente ficaria aqui, a observar qualquer coisa que não
pudesse ver, improvisando em memória o que ensaiado deveria ser.”
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Bela imagem!
ResponderExcluirCaracas....isso que é papo de bêbado. uica!
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