Elas viviam dentro do rio e só
interagiam com o mundo externo a partir do reflexo das coisas de fora
no espelho d'água. Nas noites claras elas gostavam de nadar na lua.
Do outro lado eles abriam um buraco no
céu com uma enxada digital movida a energia solar.
Elas faziam longos tapetes juntando os
cabelos de todas. As tranças eram um jeito de escrever sobre o
mundo.
Do outro lado eles moravam dentro de
quatro paredes de barro com capacidade para armazenar milhões de
gigas.
Elas cantavam o canto de todos os
peixes e flores. A água ficava encantada e o céu se aproximava da
terra para melhor escutar.
Do outro lado eles dançavam ao redor
do fogo uma dança que não sabiam se era festa ou guerra. A luz era
fosforescente e fria no visor de 380 polegadas.
Elas sabiam que eles jamais voltariam e decidiram buscá-los.
As árvores serviram de escada
para elas subirem para a terra. Na terra não conseguiram ser.
Eram só sentimentos, emoções, sensações e se espalharam feito
chuva.
Ps: Tá aí mais um experimento. Consegui fugir do autobiográfico e tentai escrever uma história. Inventei essa história quando pensei na imagem de mulheres tirando folha por folha de todas as árvores de uma floresta, mas depois acabei nem usando, pois elas moravam dentro d'água. Percebi que tenho uma trava para escrever coisas fora da lógica formal.
Se tendo uma trava vc escreve assim, continue com ela, pq está ótimo ^^
ResponderExcluirNão! Se eu continuar com a trava não vou conseguir escrever um texto que fuja da lógica 9ou que crie outra lógica sem ser ficção científica). Continuo com a missão, mas obrigada, Ale! :-)
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