Rubens. Dois Sátiros. 1619.
[1]
Eu estou muito interessado no filme Horns. Além de ser de um gênio do suspense concebido com o DNA de outro gênio - filho de peixe, peixinho é, filho de pesadelo não poderia ser diferente - e fico pensando no mote do filme: quando todos que você ama te abandonam, ser o Diabo não é tão ruim assim.
[2]
Eu te invoco e eu te chamo,
Força da noite,
Chifres e cascos,
Sussurro das matas,
Medo dos homens.
Quando o silêncio se instaura, Você está lá.
Os pêlos se eriçam.
A garganta seca.
A voz some.
As pernas tremem.
Eu te invoco e eu te chamo.
Vem? Vem!
Caminha e corre,
Desliza e sibila,
Nada e salta,
Comigo.
[3]
Chifres. Antes símbolos de poder, hoje símbolos de traição e mal. Na Arte, os chifres são símbolos do masculino, do falo, do contato fecundante entre Céu e a Terra. Eles são o símbolo d'Ele, que se oculta no suave hálito que antecede o beijo. Todos nós já fomos, cedo ou tarde, tocados por essa potência instintiva que nos instiga a ir além, a enfrentar os limites, superar os medos e temores. Ou seguir com eles, se não houver opção.
Porque só crianças fazem xixi na cama.
Homens fazem xixi nas calças, mesmo.
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