Hoje, 12 de dezembro, é o dia
da Virgem de Guadalupe, a padroeira das Américas.
Sempre gostei da imagem dela,
da história, dos rituais, mas resisti bravamente durante um tempo porque me
diziam que a Virgem tinha sido invenção dos espanhóis. Desesperados para escravizar
os rebeldes índios insistiam na catequização e resolveram ''criar'' uma
história onde a Virgem Maria aparece para um índio, Juan Diego. Dizem que tudo
foi tão calculado que a suposta ''aparição'' aconteceu no mesmo lugar onde os índios
celebravam uma de suas deusas.
Mas talvez pela devoção que milhões
de pessoas têm por ela, a energia que circula em sua Basílica, a Virgem de
Guadalupe parece real, daquelas santas que funcionam mesmo.
Nos últimos anos aposentei a
história dos espanhóis, não me importo mais se foi um mito criado ou não,
cheguei à conclusão que estou cercada de mitos montados, histórias mentirosas e
informações ocultas. As indústrias mentem e colocam o que querem em nossa casa, mesa e vida. Compro alimentos e dizem que são orgânicos, mas não posso provar isso. Me falam sobre vacinas
importantes, mas não posso garantir sua eficácia. O governo jura que protege meus interesses como cidadã, mas nunca vi nada.
Aprendi a gostar da Virgem de
Guadalupe, pode ser mentira, mas todos mentem, governo, indústrias e até
amores, qual o problema então de acreditar no que me parece mais bonito? Gosto
de tudo na Virgem, principalmente naquela história que ela protege imigrantes,
é só rezar e pedir que ela cubra com seu manto e a pessoa chega viva ao seu
destino.
Na sua Basílica, na Cidade do
México, tem uma placa que diz ''Por acaso não sou tua mãe?''. É a lembrança da
mãe que não abandona o filho, sempre o protege.
Pode ser mentira, mas é reconfortante.
Em um mundo tão sinistro, cheio de curvas e momentos perigosos, a Virgem de
Guadalupe é uma energia boa que aquece a alma. Talvez a melhor mentira do
mundo.
A padroeira de Cuba é a Virgem do Cobre e é curioso porque a história é a mesma de Nossa Senhora de Aparecida, foi encontrada em um rio, por dois pescadores pobres e tal... mas sem dúvida, mentira ou não as crenças dão um conforto que a razão não consegue =)
ResponderExcluirA Mãe precede - e prescinde - os nomes. Ela é o que há de conforto no mundo e além dele.
ResponderExcluirE eu, pagão, me deparo com essa questão sempre que quero conversar com Ela:
"Por acaso não sou tua Mãe?"