Oscar Wilde
Ser pessimista (eu prefiro dizer realista) pode te livrar de sérios problemas. Te prepara para o pior e te dá sempre o argumento "eu já sabia que isso iria acontecer mesmo". Por outro lado, quando o pessimismo é constante e vem acompanhado de um gigantesco senso crítico, como é o meu caso, pode render sérios problemas de insônia e a necessidade constante de omeprazol e carboidratos.
Na semana passada, minha diarista disse, sem delongas: "não venho mais". Obviamente imaginei um milhão de coisas horríveis. Por mais que eu tenha agido na frente dela com a maior naturalidade e respondido apenas um "ok, tudo bem", pensamentos não saíam da minha cabeça. Será que eu deixava muita bagunça? Mas eu sempre tentava dar uma organizada durante a semana... Será que foi por que eu chamei a atenção por ela ter manchado uma calça com o ferro de passar? Mas eu nunca atrasei o pagamento... Será que ela não gostava de mim?
Só após muita auto-tortura é que pensamentos como "ela deve ter encontrado uma proposta melhor", ou simplesmente "você não precisa entender o que se passou. Somos todos livres" vieram à tona. O que agora, pensando melhor, acredito ser apenas o meu cérebro entrando em modo de defesa. Ela deve me odiar mesmo. Quem, em sã consciência, conseguiria me aturar por muito tempo?
Esse episódio da diarista é apenas um exemplo. Eu poderia citar pelo menos mais meia dúzia de eventos similares a este ocorridos só durante a última semana. Não basta pensar o pior, é preciso sofrer muito no processo.
Pessoas como eu não têm cura. Por mais que o tempo passe e os amigos te digam o quão ridículo você está sendo ao pensar constantemente assim, você apenas aprende a filtrar melhor o que diz e a não transparecer tanto a sua insegurança. Mas o bichinho do "eu sou o pior do mundo" não nos abandona, já ganhou nosso cérebro por usucapião.
Pessoas como eu não têm cura. Por mais que o tempo passe e os amigos te digam o quão ridículo você está sendo ao pensar constantemente assim, você apenas aprende a filtrar melhor o que diz e a não transparecer tanto a sua insegurança. Mas o bichinho do "eu sou o pior do mundo" não nos abandona, já ganhou nosso cérebro por usucapião.
Eu queria que minha autoconfiança enchesse um dedal, mas não é o caso. Meu copo estará sempre meio vazio. Pelo menos enquanto existir um. Agora, sem diarista, aposto que vou quebrar todos os que restaram em casa.
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