domingo, 28 de junho de 2015

Falando sobre sexualidade - cutucadas

Num momento em que a diversidade sexual ganha destaque nas discussões, e que em muitas rodas a heteronormatividade predomina, algumas carregando discurso de violência, é pertinente saber discutir isto em casa. Não porque é modismo, mas sim por uma questão de respeito.

Reconhecer e compreender que todas as pessoas têm direito à serem respeitadas e terem uma vida digna, independentemente de sua sexualidade, da sua identificação com o próprio corpo, é fundamental. Afinal, é a informação que ajuda a combater o preconceito.

Não vou destrinchar aqui a luta do movimento LGBT, pois não faço parte deste grupo (e quando chega a vez destas pessoas falarem, pego meu banquinho e ouço com atenção o que eles têm a dizer sobre isto), entretanto, é preciso ressaltar que este assunto deve ser discutido em casa. Tenho uma família grande, com crianças em formação, e pretendo fazer o meu melhor para contribuir na educação deles enquanto cidadãos conscientes.

É importante que isto seja discutido na escola, mas nem sempre isto é mencionado. De qualquer maneira, é primordial o papel da família na formação da criança.

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Acredito que o principal ponto é reconhecer que sexualidade não é uma escolha, você já nasce assim, e que ela sempre existiu. A diferença é que ela passou a ser abertamente discutida há pouco tempo.

" 'Acredito que o principal ponto é reconhecer que sexualidade não é uma escolha, você já nasce assim, e que ela sempre existiu.' E, vamos supor que seja uma escolha... Qual seria o real problema? A pessoa pode ser bissexual, e por motivos mil, prefere não entrar numa relação heterossexual. Relacionamento abusivos seriam um bom motivo pra isso, por exemplo.
Mas talvez a questão seja essa: no fundo sempre tem o discurso ‘gays nasceram assim, eles não tem escolha, então não há nada a fazer, respeita’. Mas, e se for uma escolha? Não que eu ache que seja... Ainda assim é preciso aprender a respeitar a escolha dos outros, qualquer tipo de escolha, desde que isso não gere prejuízo a terceiros. Escolhas individuais não devem ser julgadas
(...)
Isso [falar sobre a naturalidade] sempre me soa muito hipócrita, porque não somos seres naturais, somos seres sociais, e a esmagadora maioria do que somos, fazemos, consumimos, etc., são completamente anti-naturais. E, na verdade, talvez a sexualidade de modo geral... pense aqui que o sexo como um todo continua sendo tabu, é demonizado justamente por ser natural e não por ser anti-natural!
Aprendemos tanto a nos reprimir, seguir normas, e uma dessas normas é a heterossexualidade compulsória, maternidade compulsória, repressão sexual, negação dos desejos, porque mesmo a heterossexualidade dificilmente é vivida de forma espontânea e natural: se estabelecem relações de poder, relações de posse, relações de carência, relações baseadas no status"
C. S. - 26 anos, lésbica

O segundo ponto é reconhecer que direitos não são privilégios. Privilégio é uma circunstância de supremacia, baseada ou não em hábitos culturais e legais, ocasionada pela má distribuição do regime político e/ou econômico. Privilégio é uma vantagem ou direito atribuído a um pequeno grupo.



Privilégio é você ter o direito de casar com quem você ama e querer constituir uma família, enquanto a pessoa que tem uma orientação sexual diferente de você não pode, e corre o risco de sofrer agressão (física, verbal, risco de demissão...) caso manifeste que não segue o padrão sexual imposto pelo grupo dominante.

Entretanto, se para você igualdade de direitos é decadência moral, “safadeza” e derivados, que gays são má influência, transmitem doenças e etc., gostaria de te dizer: Primeiro, você é um babaca, passou da hora de mudar seus conceitos. Segundo, você se encontra num grupo privilegiado.




Links úteis, caso você deseje mudar ou aprofundar sua opinião:
Cartilha da Unesco a respeito da diversidade sexual: 
Como pais devem falar de diversidade sexual com os filhos:
Biologia e Psicologia: A verdadeira origem da homossexualidade

PS: Fica aqui a mensagem amorzinho da dona Dirce <3


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