completa e absoluta.
seja mental e física,
tanto que escrevo sem as
maiúsculas
e sei que irrita muitíssimo quem lê,
principalmente os adoradores:
da perfeição, da regra,
do certo, do correto.
mas descobri alguém que ganha de
mim:
na desorganização, na bagunça, na
desorientação.
comprei um livro que além de não
ter maiúscula,
não tem alinhamento, vírgula ou
ponto final,
é um caos.
tem nome de homem,
o tal do haroldo e muitos campos.
demorei uns três dias pra ler.
e quando terminei fiquei com dor
de cabeça.
pilhada, feito aquelas crianças
com tdah.
a insanidade era inevitável
pensa num redemoinho de letras,
uma galáxia de frases soltas,
cheio de planetas e línguas e linguagens.
deu tanta liberdade, que hoje
resolvi imitá-lo,
na poesia?
p#rr#, nem se
quisesse, muitíssimo.
fico só no admirar sabe.
fico só no admirar sabe.
mas fique calmo (a),
essa imitação é restrita
na falta da maiúscula.
e só meu caro (a).
no resto,
ando não sei quantos espaços de planetas na distância.
ando não sei quantos espaços de planetas na distância.
mas os passos nesta estrada, com
plena e absoluta leitura
permite alguma liberdade.
então uso.
e será que é falta de assunto?
na verdade verdadeira é o excesso
de:
afinal com tanta palhaçada
para ser aprovada
como é que a gente elenca as
prioridades?
então
depois volto,
com pensamento mais
(des)organizado,
do que nunca, porque perfeição nunca foi a minha.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhêeeeeeeeeeeeeeee
e graças a deus
e tenho dito, amém por isso.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhêeeeeeeeeeeeeeee
e graças a deus
e tenho dito, amém por isso.
***
Diante
de tantos assuntos um em específico não sai da mente, a reorganização das 94 escolas,
os 300 mil alunos prejudicados e/ou reorganizados e esse consentimento da mídia em absolutamente
não tratar o assunto da forma que deveria e quando faz é de forma muito
discreta para não prejudicar a imagem do governador.
Mas principalmente não consigo parar de pensar na presença mais que excessiva do autoritarismo institucional.
Mas principalmente não consigo parar de pensar na presença mais que excessiva do autoritarismo institucional.
Sei.
O Estado é por natureza - autoritário - mas o pingado de democracia que existe faz
crer que está em doses cavalares não?
Relembro
as cenas de meses atrás, da greve dos professores em Sampa, ou da agressão e violência policial com professores no Paraná ou ainda das greves em universidades.
Também do quanto penamos enquanto alunos e comunidade com atual reitora (simpatizante do partido do governador não?) da universidade que fiz parte. Em qualquer data, existe o velho autoritarismo.
Também do quanto penamos enquanto alunos e comunidade com atual reitora (simpatizante do partido do governador não?) da universidade que fiz parte. Em qualquer data, existe o velho autoritarismo.
Desde a última vez que estive na câmara municipal
e não consegui entrar para assistir a votação sobre a discussão de gênero no currículo
das escolas esbarro e caio no autoritarismo.
E coincidentemente
quando diz respeito à votação sobre educação e gênero alguém tem a brilhante
ideia de separar quem era a favor e contra. Veja na simplicidade de ações, de
gente que não necessariamente é de patente alta, existe autoritarismo.
Mesmo quando justificado, vejo o autoritarismo em julgar que as pessoas são incapazes de suportar umas as outras. Segundo informação
adquirida no momento em que fui barrada, decidiram separar por receio de brigas e para conter manifestantes de ambas as opiniões, como se não fossem adultos e
sensatos o bastante para ficarem lado a lado para ouvir a votação e resultado.
Naquele
momento, mesmo irritada por saber que não poderia entrar fui aconselhada a
ficar no auditório de fora e assistir pelo telão mesmo com manifestantes na rua e favoráveis
ao veto, munidos de um carro de som, camisetas brancas e gritos em nome de
deus que não aceitariam a ideologia de gênero.
Não
preciso dizer que sendo assim, fui embora. Depois de algumas horas, soube que
vetaram a discussão de gênero nas escolas numa votação quase unânime.
Fiquei
tão decepcionada, pois jurava que passaria afinal a pauta sobre discussão de gênero
foi elaborada por uma comissão da educação e não por comunistas, feministas ou
anarquistas, mas pessoas que tanto quanto sabem da necessidade social e real demanda
da escola.
Tanto
que escolheram incluí-la no currículo por compreender que a discussão é ampla e
não é apenas sobre assumir ou identificar a identidade de gênero, trata de
educar sobre violência, respeito, abuso, assédio, machismo, saúde, orientação
sexual e principalmente sobre a vida das mulheres numa sociedade patriarcal e
extremamente machista com isso não se exclui os homens.
Seja
como for, através do voto e da suposta democracia o autoritarismo venceu e o
veto sobre a discussão de gênero nas escolas perdura.
Meses
depois vejo a notícia da reorganização, procuro informação sobre diálogo do
governo com direção das escolas, professores, sindicato dos professores e principalmente
com as famílias porque citar alunos é audácia não é não? E sem surpresa alguma
não encontro.
Quer
dizer, além do tal Dia E da Educação quando
ocorrerá um evento para informar e/ou “explicar” para os pais e responsáveis
legais sobre a reformulação do ensino estadual.
Depois
leio uma matéria que alguém de um partido (pasme!) de oposição diz achar
coerente a reorganização. Desacredito. Sendo, vejo noutra que as escolas que irão
fechar serão reutilizadas através de remanejamento para o município na
construção de creches ou do estado para construção de escolas técnicas e
educação de jovens e adultos.
Cof,
cof, cof!
Cof,
cof, cof!
Desculpe,
engasguei com a saliva.
Até
acreditaria se não fosse aluna de uma escola técnica – gestão pública - do qual
está inserida no processo de reorganização. No começo do mês de outubro recebeu
a nefasta informação de forma autoritária (ou seja, de cima para baixo sem
qualquer diálogo) que seria realocada, com risco de fechar cursos por pouca
adesão, reformulação inclusive no nome sem considerar todo processo
de qualidade criado pelos docentes em cada curso.
Noutras
palavras, a escola será obrigada a mudar de endereço, terá que se realocar noutro espaço.
Qual
o problema?
Acho que nenhum, desde que exista diálogo para saber as implicações
na adesão e qualidade dos cursos, sendo que trata de uma construção do
corpo docente e, portanto alterar local e nome de alguns cursos pode prejudicar; além de existir o risco
de fechar cursos. De qualquer forma o principal problema é não ser informado, seja para direção, professores, aluno de quando
e para onde irá a escola.
Sabendo
que não é apenas esta escola técnica que está com problema, demais escolas enfrentam outras dificuldades, mas quase ninguém sabe não é, porque quando as ordens chegam
devem ser obedecidas e não importa opinião, o diálogo ou respeito com integrantes da escola.
Mas
seja como for, o autoritarismo impera e veja que ninguém sabe como estas
reorganizações irão acontecer.
De
qualquer forma, vale relembrar que nenhum dos direitos sociais conquistados
atualmente foi alcançado sem a participação social, ou seja, nada do que temos
hoje é um presente do Estado.
Nada.
Absolutamente tudo, foi conquistado com muita luta. E dei conta disso, estudando, porque na real ninguém te explica ou comenta algo do tipo na fila do mercado, do açougue, da padaria. E quando falo de estudar não deixo restrito a escola ou faculdade, é em livros sabe.
Nada.
Absolutamente tudo, foi conquistado com muita luta. E dei conta disso, estudando, porque na real ninguém te explica ou comenta algo do tipo na fila do mercado, do açougue, da padaria. E quando falo de estudar não deixo restrito a escola ou faculdade, é em livros sabe.
E
para quem adora imitar os EUA/Americanos ou Franceses, Italianos, Gregos e outros quando se diz ser ou ter herança, vai a dica - vale lembrar que por lá todos
direitos foram conquistados através de lutas, de organizações, de participação
social (muitas realizadas de forma agressiva na resistência, grito e reivindicação quando o diálogo é ignorado).
E principalmente foram as ruas por conhecer a própria história, pois sabem que o Estado não é papai noel e portanto não presenteia ninguém no começo, meio ou final de ano.
E principalmente foram as ruas por conhecer a própria história, pois sabem que o Estado não é papai noel e portanto não presenteia ninguém no começo, meio ou final de ano.
Aqui sabemos que não é de hoje a precarização do ensino, a mercantilização do conhecimento, sendo compreensível o interesse em economizar, reduzir custos numa área que demanda gastos, principalmente para criar ou manter a qualidade para que pobres alcancem ainda mais as universidades públicas.
Mas
no meio do caminho tinha umas pedras.
E para minha surpresa vejam só, os estudantes da
rede pública ensinando como garantir direitos, entenderam que o melhor do
ensino está na prática ou melhor aliar teoria e prática.
Que perdurem que resistam que se fortaleçam ensinando os pais, família a compreender que ensino e direito se conquistam na rua, na luta, no grito.
Que perdurem que resistam que se fortaleçam ensinando os pais, família a compreender que ensino e direito se conquistam na rua, na luta, no grito.
Acredito que falta outras pedras no meio do caminho.
Falta outras escolas de outros estados de outras universidades de outras famílias de outros estudantes perderem a
paciência com essa falta de: diálogo, descaso, precarização do ensino e irem pra rua calar o autoritarismo.
Uma
vez que organizam da forma que bem entendem nossas vidas temos o direito de
desorganizá-los, seja no âmbito político e institucional.
Então quando será o
próximo ato unificado?
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