A verdade se abriga no silêncio. Ela está nas mensagens não enviadas.
Ela é os abraços apertados. Ela é o eco dos pensamentos gritando enquanto os
lábios permanecem imóveis. Ela se denuncia no olhar. Ela se aconchega nas
saudades. Ela está no arrepio que vem da alma sempre que largo tudo pelo "vou
ser feliz e já volto...". Ela está nas dúvidas que surgem quando volto
desse "fui ser feliz...". Ela está no aroma daquele café que prefere
o silêncio como melodia. Ela dança despojadamente com tudo o que ficou nas
entrelinhas. É, a verdade está no que meus lábios não pronunciam...
Nos abraços apertados e nos olhares silenciosos, entre meus silêncios, meus
pensamentos, minhas saudades e o que eu não disse durante o café, não consigo
fugir, de verdade, de tudo o que sinto. Essa é a verdade mais genuína, assim
como o meu sentir e, definitivamente, eu sinto muito, muito mesmo...
O que é verdade: o que se vive ou o que se sente?
A verdade é que eu sinto muito, muito mesmo, sinto tanto que me sufoco!
E para viver a verdade que sinto, muitas vezes, troco os pés pelas mãos, mas
não consigo deixar de abraçar a verdade do que sinto...
Entre o que sinto e o que vivo quantas verdades eu carrego! Tento
abraçar o mundo nessa sede de viver de verdade, seguindo livremente pelo mundo,
na rota traçada pelo meu instinto, pelo meu coração.
Conheço intimamente cada uma das minhas verdades, elas seguem comigo o
tempo todo e, por isso, não sei lidar com meias verdades. E a verdade é que eu
sinto muito, muito mesmo, sinto tanto que transcrevo a verdade, não pronunciada
pelos meus lábios, na minha poesia.
"Antes que a tarde amanheça e a noite vire dia, põe poesia no café e café na poesia."LEMINSKI, Paulo
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