quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Isso me faz lembrar...

...que a cada momento, sinto a profecia de Lennon se cumprindo: life is what happens to you while you're busy making other plans. Sim, é exatamente isso, a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos. Isso me faz lembrar que, quando os acontecimentos nos “atropelam”, é preciso ter muita serenidade para sincronizar a realidade com nossos desejos. Quando os acontecimentos instauram o caos é preciso lembrar que, o caos que avassala, é o mesmo que permite a reconstrução. Isso me faz lembrar que a Fênix somente renasce de suas cinzas. Entre cinzas e renascimentos, quanta bagagem carregamos...
Para se equilibrar na corda bamba da vida, é preciso se livrar da bagagem desnecessária, desapegando de tudo que não agrega, guardando apenas o aprendizado. Isso me faz lembrar que o equilíbrio é um exercício diário...
Fico estabelecendo sinapses de frações de vida com os poemas que li, as músicas que tocaram na minha alma, os acontecimentos que me atropelaram e as lembranças do que ainda não vivi. Tudo mesclado em um enredo hipotético e impalpável, apenas viabilizado no campo das ideias mesmo quando tento não tê-las. Lembro-me do guardanapo do Antônio “quem aprende a amar não apreende o amor”, e isso me lembra Mário Quintana: “o amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço.”. E isso me lembra que, há pouco, pensei que os laços mais charmosos surgem do inusitado. Ah, o delicioso sabor do inusitado! Aquele gostinho de quero mais que surge como fogos de artifícios nas papilas gustativas...
Isso me lembra que, há pouco, me perguntaram como é possível mensurar o amor. E isso me fez lembrar que não tenho, nem pretendo ter, todas as respostas, mas estabeleci Cazuza como unidade de medida: todo amor que houver nessa vida, unindo a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida! Enquanto eu simplesmente solto estas palavras lembro que “viver é ir deixando troços, pedaços de alguém pelo mundo. Unhas que se cortam, cabelos que se aparram, palavras, sobretudo palavras. Palavras que têm uma vida muito breve, um fulgor entre uma boca e um ouvido, às vezes muito emocionadas, mas que depois de ditas desaparecem para sempre.” (RIBEIRO,Darcy). E isso me fez pensar o quanto de mim já deixei nesse mundo, entre unhas, cabelos e palavras que eternizei. Isso me faz lembrar que nem todos podem interpretar as minhas entrelinhas...


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