segunda-feira, 30 de abril de 2018

o controle e a autodefesa

Estou na rua, é noite e a cabeça está no céu. No giro de 360 graus dos olhos sobre alguma estrela e no como a estrela maior está. Não tem lua, só algum frio. Tem a música na caixa, o som estrondando e cantora soltando a voz. Mais uma olhada, em algo girando e filmando todos os passos, fumaças e rostos. Na ponta de um prédio uma câmera instalada no centro da rua cruzada. Não sei se ela sempre esteve ali ou foi programada para a virada de dois dias.

Durante uma caminhada alguém relata sobre a reação do cidadão de bem ao dar tiros sobre pessoas acampadas pacificamente. Antes teve uma explicação sobre a câmera instalada na ponta do prédio e sobre o custo de milhões pois ela identifica nos mínimos detalhes a fisionomia mesmo a distância considerável, o que naquele momento não consegui enxergá-la. Alguns minutos depois, no meio de muita gente entre o por do sol e nascer da lua, visualizei a câmera. Era a mesma da virada.

Na sexta-feira final de tarde sentada num banco de ônibus conversando com alguém, olho para a ponta de um prédio público próximo da Sé e comento sobre a mesma câmera instalada em toda cidade e que custa caríssimo. É o espetáculo de saber os passos de todos com justificativa de controle da criminalidade o que é muito aceitável para população embora não tenha relação estatística.

Entre ontem e hoje está mais próxima a possibilidade de movimentos sociais e lideranças serem criminalizados mas também pessoas comuns que simplesmente participam de organizações sejam partidárias, movimentos ou apenas de atos e manifestações.

Noutra vez no transporte público alguém comenta o quanto está difícil emprego e de como as entrevistas estão difíceis com exigências absurdas e com avaliações desconexas,  pois a recrutadora queria saber maiores informações sobre a postagem noutro ano referente a política, aborto e violência ou suposta aceitação da desordem. 

Outro dia, alguém orienta sobre como enviar currículo para estagiar em x local: por favor preencha os dados em nossa rede social. Ao preencher site de vagas, um dos primeiros itens, informe a rede social. Além disso tivemos com a recém reforma trabalhista aprovada e continuidade de crise o aumento do desemprego em 13,1% segundo a grande mídia.

Recentemente o criador da rede social que possibilitou ou facilita a comunicação e articulação entre aqueles que queiram ou tenham interesses semelhantes assumiu publicamente que a criatura está fora de controle ao dizer que existem milhares e milhões de fake news. E sendo convocado para se explicar perante autoridades americanas, dentre tantas coisas para justificar, está por que permitiu a eleição de Trump? Nesta semana o criador divulga que financiadores de páginas devem ser identificados, a princípio parece ótimo mas serve mesmo para controlar o que não pode sair de controle.

A televisão continua sendo o poder maior de comunicação e educação reacionária, mas ainda não sabemos ou não querem que saibamos até quando. Pareci que breve. Principalmente quando existe de fato, enorme disputa de mentes, corações, votos e ações. 

Sendo faltam 6 meses para escolher seu candidato. Faltam 6 meses para quem não tem candidato se organizar com o povo que luta. O resultado de votos será o medidor deste controle para todos. A organização ou falta de também. 

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