quinta-feira, 25 de junho de 2020

Estreia


Olá a todas e todos.


Hoje estou aqui contribuindo (ou não) com meu primeiro texto neste blog. Então, me pareceu razoável que eu falasse sobre estreias. 

Quando buscamos no dicionário Priberam o significado de “estreia’, esbarramos com nove significados possíveis, dos quais, seis dizem respeito a algo que é feito “pela primeira vez”, seja um discurso, uma apresentação pública… um texto. Pois bem, antes de mais nada, estamos, de fato, em uma estreia. 


O primeiro dos significados do Priberam (e que não remete a uma “primeira vez”) diz que “estreia” é o ato de estrear ou estrear-se. Pois bem. Imagino que esta ação primordial nos remete, por outro lado, a ideia de rotina. Estrear é quebrar a rotina. Pá!.

Mas a relação entre essas duas coisas me parece, antes, dialética, do que antitética; quer dizer, elas se retroalimentam, em vez de se oporem, pura e simplesmente, em uma relação aparentemente paradoxal. 

Se uma estreia é a quebra da rotina, o sucesso do discurso, da apresentação pública…  de um texto (ou do próprio sujeito) estreante vai ser, necessariamente, a sua transformação em rotina. Seja na rotinização do processo produtivo do sujeito estreante, seja na reprodução e consumo ao longo do tempo da coisa estreada. Já a continuidade da rotina, por sua vez, é marcada por novas estreias, que lhes dão novo fôlego, mantendo-a viva. 

Enfim, não há estreia sem rotina, e vice versa. 


O dicionário Priberam explica que o termo “estrear” vem do latim strena: “presente dado como bom presságio”. O efetivo sentido presságio, bom ou ruim, só o tempo irá dizer, ou transformar, ou não, em rotina (do ato de produzi-lo ou do produto em si. Como no caso de… um texto).

Enfim, espero que este texto, seja um bom presságio.
E continuaremo falando de rotinas, no próximo texto (caso minha presença aqui vire uma rotina).

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