a palavra não é querer
é precisar
me livrar
desse medo de te perder
de repente
poupar sentimento
- mesmo quando dentro de mim
bagunça aquela
ideia fixa
(a falta de acento
me faz pronunciar rígida
como não fosse rigidez a)
morte
o silêncio você rompe
você tem cheiro de fumaça
desperto
eu sei
cigarros são instantes
away from you
mas digo
eu tenho cheiro de fumaça
agora
emergência
seu traje branco
e as paredes
obrigam a calma
quando me desejam
trágica
- ardentemente trágica
porque não basta o dentro
deve haver lágrimas
muitas
mas para eles
você entende
sempre para eles.
preciso lamber meus filhos
antes que seja tarde, mãe.
(antes que seja tarde,
preciso lambê-los.)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Sobre você no hospital, ás 20:48.
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Lubi
Tenho vinte e quatro anos e estou perdendo-os apressadamente na sobre-vivência com a visão e audição e olfato e tato e paladar pela intensidade de sentir. Sinto muito. Sou inteira id. Nasci passado e não sei se é corpo ou alma esse envelhecimento. Essas tantas rugas de tão poucos amores como o craquelado de chão sertanejo, até o abismo interior ou o abaixo da terra, esses infernos. Meu imenso ego transborda invisível o físico. Para falar dos outros, falo de mim e até calada. Você jamais me conhecerá inteira porque quando minto, há verdades e elas são minhas e apenas, porque minha prisão é viver o que quer que seja e a libertação é a escrita. Quando eu não suportar mais essas tantas reinvenções de mim mesma pela negação do eu único e profundo e tão só e pelo ódio ao previsível e rotineiro, queimarei meus restos para as moscas não pousarem nesse sagrado, para os insetos não devorarem o que nunca houve. E tocarei um fado, o mais triste, para o tempo parar para sempre.
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Tão forte.
ResponderExcluir**Estrelas, menina-flor**
belo belo
ResponderExcluiruau, gostei muito!
ResponderExcluirDe um rigor! Gosto demaisssssssss.
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