carrego mágoas enormes
nos bolsos do casaco:
esse repetir dores imaginárias
e repetir repetir até acreditar.
sou um viaduto carneosso
não ergo meu corpo do aslfalto.
o peso disfarço
enquanto amarro os sapatos.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
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Lubi
Tenho vinte e quatro anos e estou perdendo-os apressadamente na sobre-vivência com a visão e audição e olfato e tato e paladar pela intensidade de sentir. Sinto muito. Sou inteira id. Nasci passado e não sei se é corpo ou alma esse envelhecimento. Essas tantas rugas de tão poucos amores como o craquelado de chão sertanejo, até o abismo interior ou o abaixo da terra, esses infernos. Meu imenso ego transborda invisível o físico. Para falar dos outros, falo de mim e até calada. Você jamais me conhecerá inteira porque quando minto, há verdades e elas são minhas e apenas, porque minha prisão é viver o que quer que seja e a libertação é a escrita. Quando eu não suportar mais essas tantas reinvenções de mim mesma pela negação do eu único e profundo e tão só e pelo ódio ao previsível e rotineiro, queimarei meus restos para as moscas não pousarem nesse sagrado, para os insetos não devorarem o que nunca houve. E tocarei um fado, o mais triste, para o tempo parar para sempre.
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Lubi,
ResponderExcluirsenti aqui...
sei dessas mágoas, desse peso...
lindo.
demais.
beijo
Mas se é tempo de borboletas?...
ResponderExcluirTristeza bonita.
ResponderExcluirVocê continua linda, e sua poesia surpreendente. Ainda.
ResponderExcluirBeijo!
Raimundo Neto