Eu sempre quis ter um filho, ou um punhado deles, e isso sempre me pareceu algo certo na vida. Quando minhas amigas falavam que não queriam, que não teriam por nada no mundo, eu achava que elas estavam blefando.
Já agora que estou mais velha as coisas não me parecem mais tão simples assim. Eu? Mãe? Eu mal sei passar uma roupa, meu café é doce demais e meu ovo frito sempre gruda no fundo da panela. Como vou cuidar de alguém?
Fora as probabilidades de tudo dar errado. Traço listas mentais de prós e contras. Bebês são bonitinho, mas e se o meu não for? E se e ele for esquisito? Tá, isso é superficial, eu sei. Mas e se ele for um drogado que vai vender toda a minha mobília em troca de pedras de crack? Um assassino, um serial killer, matando e esquartejando por ai. Culpariam quem? A natureza falha? A anatomia cerebral? A sociedade opressora? Não, eu seria a culpada. A mãe. Ausente, violenta, ou sei lá o que. Não importa se levava café da manhã na cama, se comprava brinquedos bacanas, o título mãe bastaria pra me transformar em culpada e ponto final.
E o problema é que eu não poderia simplesmente mandar ele voltar pro lugar de onde veio. E tirando filhos, o que mais na vida é pra sempre? Casamento não mais e tatuagem também não. Ok, ainda temos AIDS, herpes e outras doenças, mas essas coisas a gente não escolhe, então não vale.
Sim, ele pode ser um bebê amável, é verdade. Risonho, de bochechas rosadas, mas que foi parar no jornal nacional por ter sido abandonado no balcão de uma loja de departamento. Claro que é possível! Eu esqueço meu celular, minha chave, minha carteira,minha blusa, tudo, e se eu esquecer meu bebê? Já imaginou? Eu seria presa, abandono de incapaz. O delegado não acreditaria na minha justificativa. “Defict de atenção? O caramba! Joga essa ai na cela 12” . E lá estaria eu, separada das outras presas, jurada de morte,com um advogado indicado pelo estado, porque nenhum outro quis me defender.
Não, não é tão simples ter um filho.
Simples é e muito prazeroso, mas depois daqueles 30 segundos de êxtase, nove meses depois vem uma responsabilidade que é para o resto da vida. E ter um ser dependente de minha, mamando na minha teta me assusta. Muito.
ResponderExcluirtambém acho que é simples ter um filho
ResponderExcluirdifícil é cuidar dele depois
tb dispenso esse trabalho
Sabe o que me dá medo nos seus textos? É que eu sei que você está falando sério.
ResponderExcluirEu penso as mesmas coisas... e quanto mais eu convivo com pessoas que tem filhos, mais eu vejo que é tudo verdade. Pode ser mto legal, mas tbm pode ser um pesadelo... prefiro esquecer essa idéia, pelo menos por um tempo.
ResponderExcluirbom, eu nunca quis e tive. o que tem de ruim é tudo verdade. mas o que tem de bom é muito mais. e é indizível. nunca vi alguém conseguir descrever.
ResponderExcluirmarcela, morri de rir.
Deus livre essa criança da ditadura domicilar.
ResponderExcluirDas desvantagens de não ser mulher está essa, de simplesmente não escorregar e acabar grávida, tipo Cássia Eller, e ter um Chicão pra me ensinar que as vezes é bom cantar músicas suaves.
ResponderExcluirPois eu não morro sem ter os meus...
ResponderExcluirFilhos, porque tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?
ResponderExcluirhahahahaha... mt bem humorado seu texto e, apesar da verdade q existe nas suas palavras, não quero morrer sem ter tido essa experiência.
ResponderExcluirhahahahaha... mt bem humorado seu texto e, apesar da verdade q existe nas suas palavras, não quero morrer sem ter tido essa experiência.
ResponderExcluirEu fico pensando que dei(e dou) tanto palpite na criação do filho dos outros que os outros vão acabar falando:
ResponderExcluir- Olha lá o filho da Fabi futucando o nariz e ela que sempre disse bli bli bli...
- Olha lá a menininha da Fabi tirando a calcinha do rego na frente de todo mundo e ela que sempre disse ti ti ti...
- Olha lá a Fabi deixando os filhos com o Du e ela que sempre disse que ele cuidaria deles mesmo, ufa, pelo menos essa ela acertou!
Hahahaha
ResponderExcluirFabi quase me mata de rir.
É, a culpa sempre das mães, dos pais. Freud maldito.
Venho por meio dessas mal traçadas linhas dizer que não estou mais na putaria, na descaração, na sem-vergonhice e na sodomia e que, apesar de todo o sofrimento, desespero, culpa, desalento e dos sintomas psicóticos que venho experimentando desde que ela nasceu, minha filha foi a melhor coisa que já fiz na minha vida. Nenhuma relação humana que eu já tenha vivido é passível de comparação com o que tenho com ela. Mesmo que ela seja uma serial killer de criancinhas, vou amá-la, protegê-la, cuidá-la e defendê-la o máximo que pude,r mesmo depois que minha vida acabar (se tiver um jeito, eu vou descobrir). Foda-se, pra mim a vida não tem mais sentido se não for pela vida dela.
ResponderExcluirAproveito a oportunidade também para agradecer ao meu macho, a quem amo mais do que nunca, por ter me ajudado na fabricação e continuar me ajudando na criação do nosso híbrido. Perpetuar o código genético dele é uma honra sem igual. E um prazer também, heeeeeee.
SEM MAIS.