Antes de começar a escrever esse texto o interfone tocou. Tocou, tocou, e demorou para alguém atender. É que agora antes de dizer alô minha mãe corre para ligar a TV e ver pela micro-câmera quem está tocando o interfone. Pois é, agora temos micro-câmera. E cerca elétrica.
Tudo começou com o assalto a casa da Dona Maria.Viúva, moradora mais antiga da rua, há dois meses encontrou um vidro quebrado e a casa toda revirada. De prejuízo um rádio velho e uma garrafa de rum.“ São esses viciados em crack, entram pra roubar qualquer coisa”, disseram. Assustada, mudou-se para um apartamento. Foi um pouco triste ver aquele caminhão de mudança, tantos anos de convivência. E até o vira-lata da rua que ela alimentava foi junto.
Então meu vizinho de muro pediu permissão para colocar cerca elétrica. Respondi que não. Um exagero. Fora que fiquei com medo que matasse meus gatos, vai saber.
Nesse meio tempo outra casa assaltada, outra vizinha anuncia mudança, e comecei a ficar com medo. Comecei a pensar em todos os pontos vulneráveis da minha casa. E se quebrarem o vidro da varanda? E se escalarem o muro?
Comecei a me justificar, não, não é tanto pelo bem material, é a idéia de alguém invadindo o seu refúgio, o lugar onde você quer se sentir seguro. Deve ser algo primitivo, de toca, de caverna, refletia,enquanto pesquisava na internet se a cerca matava gatos ou não.
Um sábado eu estava saindo de casa, olhei meu computador em cima do sofá e me peguei pensando que se alguém entrasse aqui, seria a primeira coisa que levariam. E eu só paguei duas prestações! Corri para esconder e aproveitei para esconder todas as coisas de valor . Curiosamente, nesse dia entraram na casa da frente e levaram uma bolsa.
Pronto, em dois dias uma firma de segurança estava aqui para instalar a câmera e a cerca. E o cara da firma de segurança ainda queria me vender mais coisas. Que tal um sensor nas portas e nas janelas? Que tal um sensor de movimento? Sensor de movimento, hum...interessante. Não! Como assim interessante? Consegui sair do transe. Minha casa ia parecer um daqueles cofres do filme Missão Impossível. Não, chega. Já era paranóia. Cerca e câmera está ótimo.
Minutos depois de acabar de instalar a cerca, o portão quebrou. Agora quem quiser entrar aqui não precisa se arriscar a levar um choque, é só empurrar o portão e seja bem vindo. Ironia?
Odeio viver com medo. Odeio.
ResponderExcluirA violência chegou às paragens de Marcela. Casa-bunker, cercada, vigiada, militarizada. Com gatos armados até os dentes, assados em cercas eletrificadas.
ResponderExcluirVocê não desconfiou que os invasores podem ser gente da empresa de segurança?
desconfio q eles teham quebrado o portao, pra que eu comprasse um motor novo
ResponderExcluirmas,
ResponderExcluire os gatos?
Marcela...voce esqueceu de dizer q ja roubaram a tua casa....
ResponderExcluirAquele dia que eu tava passando mal e entraram a noite na tua casa e levaram o radio do carro...
É mesmo foi assaltada ano passado... Mas e os gatos? Será que vai vamos saber no próximo post? Se sim, blog-tele-novela.
ResponderExcluirdescobri que os gatos levam choque e aprendem a nao ir mais no muro, mas nao morrem.
ResponderExcluirlado ruim: é meio cruel
lado bom: para de entrar gato estranho aqui
Pena que não acontece o mesmo com as pessoas, se tentarem roubar a sua casa e levarem um choque vão voltar outra vez, só que mais preparados
ResponderExcluireu ainda resisto ao medo.
ResponderExcluiraté quando?