Venho por meio desta informar que você já não é bem quista na minha vida.
Tive uma epifania forçada após meu último fiasco e entendi que já perdeu a graça as patetices que você me leva a fazer. Tampouco há charme em não lembrar, nem vagamente, o que fiz embreagada. Muito embora você renda os assuntos mais divertidos tratados em depoimentos jamais aceitos pelo orkut, já não compensa mais para mim passar o domingo inteiro me contorcendo de ressaca em troca deles. Não quero mais remoer atitudes impensadas e ter que aguentar o olhar de reprovação ou as risadinhas marotas de gente que pensa que a existência delas é menos ridícula que a minha.
Demorou, mas eu estou começando a pegar a ideia de que as pessoas são chatas, a música vai sempre me desagradar e as festas não são mais para mim. E eu me anestesiar até a morte não modificará nenhum dos fatos. Por isso farei igual ao Charlie Harper: vou parar com o álcool. Daqui para frente, só cerveja e vinho.
Não confunda este desabafo com ingratidão. Não te quero mal, só acho que precisamos seguir nossos caminhos: você, corrompendo novas almas e eu, conseguindo fazer o quatro com as pernas. Obrigada pela companhia que me fez até hoje e espero que você não se importe de eu mencionar futuramente alguns de nossos homéricos momentos para provar para os meus netos (ou companheiros de asilo) o quanto tive uma juventude radical.
Att.;
Camila Rufine
George Jean Nathan um dia disse que: " Bebo para tornar os outros interessantes "
ResponderExcluirO problema é fazer com que esse interessante fique até o horário do Programa do Faustão.
EIHEIAEH
ResponderExcluirQuem nunca se despediu? O problema é a dor de cabeça que dá pra depois por em dia... =X
(e a senhora nem invente de estar falando sério! reveillon é sagrado!)
;**
Que linda esta despedida, mas, aposto que vai rolar uns flashbacks hehe
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHHAHAHA... Excelente! Mas se vai ficar "só" na cerveja e no vinho, te garanto q isso não evita necessariamente a manguaça no dia seguinte.
ResponderExcluirTinha uma época que eu me despedia todo sábado. Hoje o adeus tem frequência mensal.
ResponderExcluirEssa despedida merece um porre.
ResponderExcluirOlá. Estive aqui. Interessante. Gostei. Apareça por la. Abraços.
ResponderExcluirJuventude radical exige uma bela dosagem et'ilica. Se alcool nao fosse divino, deus nao nos faria com figado e rim. e figado regenera, igual a gente ressuscita no pos-ressaca. e como aguentar musica eletronica sem a existencia dos destilados, acho que 50% do m'erito da balada nao esta no dj, mas na qualidade do que vai no copo. ate a perda da memoria eh algo necessario, quem eh que quer ficar lembrando tudo que fez? do papo chato? e percebeu que beber deixa a gente mais bonita, nao tou falando do nos, mas a gente em torno. eh nessas horas que a gente pega quem conscientimente a gente nunca pegaria. O alcool vai mais fundo no inconsciente que Freud, por essa razao e por outras. Por exemplo, a gente bebe e diz tudo que tava entalado (ou seja, reprimido), cospe os bofes, chora, sobe em cima da mesa, faz declaracao de amor. A gente perde tambem o "amor proprio", em muitos sentidos, ele sai de nos (como no exorcista), ele nos abandona, porque ninguem quer carregar bebado por ai. Faz caminho de saida, o de entrada para alguns(mas isso eh muito grosso(sic) de ser falar. E embora eu nao beba - so socialmente, acredite - sou a favor de todos que bebem, pq a gente tira onda na ressaca alheia. E a alegria, pra mim, eh sempre algo proximo da embriaguez.
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