segunda-feira, 23 de julho de 2012

A visita (parte 20)

Peguei os lençóis brancos e a toalha que a velha me entregou e entrei no corredor procurando pelo quarto de número 7. Não consegui esconder o sorriso quando vi o número gravado no chaveiro gasto.
O quarto 7 era o último do corredor. A porta rangeu quando abri e mostrou um quarto pequeno e escuro. Precisava de um banho, mas estava cansado demais para isso. Deitei no colchão fino e frio e logo adormeci. 
Sonhei com a entrevista de emprego que não fiz, com as sobremesas que recusei, com os amigos que perdi, com as compras que não paguei, os amores que não tive. Foi um sono profundo e nem mesmo o despertador conseguiu me acordar as 23:30. 
Eram 7 horas da manhã quando um gato preto pulou sobre minhas costas e me despertou. O sol já entrava no quarto e parecia gritar "ESTELLA".  
Merda. Perdi o encontro com Estella.
Me vesti com pressa, me perguntando porque faço sempre tudo errado e quase pisei no maldito gato quando fui abrir a porta do quarto e percebi que ela estava trancada por fora. 

6 comentários:

  1. aah, não! essa história tá cada vez melhor.

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  2. a maldade é genética. a mãe de risa é tão maldosa quanto ela!

    muito bom!

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  3. hahaha...pode crer, Tati.

    Mandou bem, Camila!

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  4. Maravilha!
    Cada vez mais emocionante!!!

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  5. Achei que daria um banho no quarto, isso é um tipo de TOC de higiene rss.
    Mas gostei da parte inspirada pelo filme "Divisão de Homicídios" no grito "Estella".
    De toda forma, mamãe sempre tem razão, se ela fez alguma coisa, deve ser pro bem do personagem rssss

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