No iníco éramos eu e a bola. No quintal, no recreio, na rua e na cama. Debaixo do braço era prenúncio de dias difíceis. A apocalíptica época de pipa! Sem trombeta nem apito, só a certeza de que o mundo acabara, pelo menos naqueles dois meses. Que desgraça. Partia pro aprimoramento individual, chute forte no muro dominando no peito o rebote, drible na cachorra e rolinho no vazio. Escurecendo ia pra calçada da dona Olinda, corpo no chão, nuca na bola e carretéis enrolados deitávamos. Olhava pro rio, falava do Palmeiras, da seleção, do shorts da vizinha, e se decidia com quem ia ficar a fita pornô aquela semana.
No início éramos eu e a bola.
Preocupado, ás vezes me percebo com a mão na cintura, fumando um cigarro. E sinto sua falta.
Muiiiito bom!!!
ResponderExcluirDu, quando vc vira livro? Adoro tuas polaróides. :) Amei o nome da senhora: Dona Olinda. Minha cidade. hahaha
ResponderExcluirBendita época de pipa. O mundo parava e eu era o melhor do bairro.....pelo menos nisso.
ResponderExcluirthe best off.
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