segunda-feira, 17 de junho de 2013

As metáforas do amor

O Rubem Alves é dono de uma das metáforas que eu mais gosto para definir relacionamentos. Diz ele que existem casamentos (mas podem muito bem ser namoros) do tipo tênis e do tipo frescobol. Os do primeiro tipo são fonte de raiva e ressentimento e terminam mal. Já os do segundo tipo são fonte de alegria, propensos à vida longa. O tênis é um jogo feroz, diz o querido Rubem. E casais que jogam tênis querem apenas derrotar o adversário. Fazer ponto é, basicamente, descobrir o ponto fraco do parceiro, atingi-lo. Perceber o momento exato para cortar. A cortada fatal. O jogo termina na alegria de um e na tristeza de outro. Utilizando-se dos mesmos mecanismos - dois jogadores, duas raquetes, uma bola - o frescobol é a arte de manter a bola sempre no alto. Nenhum dos dois deve perder, não há ninguém derrotado, não há adversários. Ou os dois ganham ou ninguém ganha. O jogo não tem fim, pois não se marca pontos. E quando a bola cai, quem está mais perto dela a pega na areia e a brincadeira recomeça.

Amor é como frescobol. Tão leve como brincar.

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