quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Indiana

Andei pensando nas lembranças que terei daqui a alguns anos, quando não morar mais na maior cidade da América do Sul.
 
Listei mentalmente 
As pessoas maravilhosas que já conheci e ainda vou conhecer
Os lugares fantásticos
Os lugares ordinários
As pessoas ordinárias que já conheci e ainda vou conhecer
As experiências extravagantes
As gargalhadas no metrô
As lágrimas na chuva (drama) 
Os domingos sobre duas rodas
As segundas sob muletas
As terças chuvosas
As lágrimas nas terças chuvosas
As quartas maravilhosas
As quintas extravagantes
As sextas fantásticas
Os sábados ensolarados
E as filas. 

Sim, as filas. Eu, enquanto paulistana, fui feita de filas. Para filar qualquer coisa, ou mesmo pagando caro, para qualquer coisa, filas para que te quero. As filas que não quero. Filas que emendam uma na outra, filas que se perdem, filas para nada. Um paulistano atrás do outro forma uma fila, que forma a pergunta: "para que essa fila?" que aumenta a fila em ordem aritmética, geométrica, em milhas, a perder de vista. A fila em São Paulo é uma instituição. Justamente no lugar em que menos se pode perder tempo, os cidadãos se dispõem mecanicamente, cordeiramente, um atrás do outro, acreditando que é preciso, organizadamente ou não, esperar alguma coisa. São Paulo espera. São Paulo é feita de esperas. Espero não cansar logo.

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