terça-feira, 18 de novembro de 2014

Por que o transporte coletivo facilita o assédio sexual?

Nós mulheres lutamos muito para conquistarmos nossa independência financeira, para sair de casa e trabalhar, hoje encontramos mais uma barreira no transporte público.  No último século a maioria das mulheres vivia em casa, escondidas entre paredes, no entanto esse quadro mudou e atualmente ocupamos cada vez mais os espaços públicos (para nossa satisfação), porém isso significa que o assédio sexual se expandiu para mais esferas da cidade, que é o caso do transporte coletivo.
O alto número de vítimas de assédio sexual no transporte coletivo deixa claro que esse crime é muito recorrente nas grandes cidades. E as vítimas, cansadas, estão cada vez mais denunciando esses delitos.
O trem, metrô e ônibus lotado, não justificam, mas, facilitam essas práticas aqui no Brasil, há ocorrências que aconteceram em outros lugares do mundo também. Como podemos observar no caso que aconteceu em Nova Deli:
“A estudante Jyoti Singh Pandey, de 23 anos, foi estuprada e espancada com uma barra de ferro em um ônibus que circulava pela capital indiana, em dezembro de 2012.”
E por que esses lugares são cenários para esse tipo de ato? Por que não são seguros?
Enquanto providências de responsabilidade pública não forem tomadas mulheres serão cada vez mais constrangidas e reprimidas no espaço público, por isso deixo aqui a pergunta: Por que a cidade facilita o assédio sexual?
Uma das possíveis respostas está na segurança pública que em nosso país é muito carente, mas também no modo de vida que adotamos nos últimos anos. Concordo muito com Jane Jacobs quando diz que faltam olhos nas cidades contemporâneas dos anos 60, mas também tenho consciência que o que não faltam são olhos nos trens e metrôs lotados e mesmo assim isso acontece. Talvez o que falte seja educação e algo contra essa cultura machista, mas o que falta mesmo é um abrigo e refúgio onde essas mulheres vítimas possam denunciar e buscar por respeito onde não sejam julgadas e ainda mais reprimidas.
Onde estão os olhos que serviam de vigias? Não digo os das câmeras passivos e silenciosos, e sim os dos humanos, vivos, alertas e condolentes.
Termino com dados que me deixaram um pouco surpresa e desconfiada, digam o que acharam! ;)
Salvador teve 346 relatos, seguido de Brasília, com 269. São Paulo e Rio de Janeiro estão logo em seguida, com 250 e 236 denúncias respectivamente.  2012.
Dados da ONU listam os países com maior incidência de estupros em 2010 (os últimos consolidados): EUA (1), com 84.767 casos; África do Sul (2), com algo em torno de 67 mil casos; Índia (3), com 22.172 casos; Reino Unido (4), 15.934; México (5) 14.993.

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