No contexto atual há uma disputa
básica entre aqueles que querem do espaço urbano melhores condições de vida e
aqueles que visam apenas extrair ganhos das negociações. É neste cenário em que
a relação entre poder público e capital privado se torna mais evidente, e
quando a transparência e a mobilização social se fazem mais necessárias.
Imersos nesta realidade,
interiorizamos relações sociais que passamos a crer como verdade imutável, à
qual temos que nos submeter. Acreditamos que política é isso mesmo. Que as coisas são assim. Nunca vai mudar. Entretanto, a partir do momento em que
questionamos esta situação, que até então é tida como inabalável, criamos uma
outra visão da política urbana: podemos não saber qual cidade queremos, mas
sabemos qual não nos interessa.
O direito à cidade não é (ou não
deveria ser) um direito condicional ou individual: ele é o direito à vida
urbana, e isto inclui acesso à moradia digna, educação, saúde, cultura e lazer.
Todos têm direito à cidade, inclusive às suas áreas nobres.
E, muito mais do que o direito de
acesso, o direito à cidade também o engloba o direito de refazer a cidade.
“O direito à cidade não pode ser concebido simplesmente como um direito individual. Ele demanda um esforço coletivo e a formação de direitos políticos coletivos ao redor de solidariedades sociais”(HARVEY, David. A liberdade da cidade)
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