terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Estela

Refletia o sol amarelo.
Miolo de árvore passava
amarelo em cima do caminhão,
levantando poeira, secando,
mostrando o amarelo do chão.

A colheita crescia crespa,
refletia o milho amarelo.
Refletia o sol amarelo,
sentada ao pé da varanda,
da casa amarelada pela terra.

Passou caminhão,
em cima gente, arvore, bicho.
Poeirou, levantou,
mas era tudo dela,
lá dentro na cabeça amarela
de fios louros,
da plantação de milho, laranja, melão e girassóis.

Bateu vento,
saiu pelos olhos áridos,
areia, sem o molhado do mar.
Azul só no céu, amarelo em todo lugar,
do sol ao solo dela,
azul só nos olhos de Estela.

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