Estranhamente risonha e agitada ao
acordar bem cedo naquele dia, a filha deixou de lado sua costumeira manha e
sonolência de quase todas as manhãs pra bater um papo gostoso com o pai,
daqueles papos de dar até vontade de atrasar os compromissos do dia só pra
continuar a conversa. Mas o que mais chamou a atenção do pai foi a empolgação dela
por algo inusitado, contar pro pai o sonho que ela teve, com um sorriso no
rosto e com a seguinte chamada: "Papai, sonhei que eu estava de muletas!"
O pai de pronto indagou "mas filha, por que felicidade em contar que você
estava de muletas?" e ela respondeu "Porque foi só um sonho, pai. Não
foi verdade".
Horas após aquela inusitada conversa
em meio a uma manhã corrida, porém muito agradável, o pai recebe uma ligação da
escola e o primeiro pensamento antes da "tia" começar a falar, foi:
"que não tenha acontecido algo e que ela não precise de muletas!", e
de fato não aconteceu nada grave, era "só" uma febre.
Pouco depois, ao buscar a filha na
escola, ela apareceu no portão, cabisbaixa e meio triste, sem aquela disposição
e empolgação que mostrara durante a manhã, mas o pai disse a ela "a febre
é igual ao sonho ruim, aconteceu e vai passar" e mesmo logo no começo
deste novo sonho ruim, porém real, ela segurou a ternura, se apoiou na coragem
e sorriu de novo, encarando os sonhos bons e ruins que viriam a diante.
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