Antes de tudo:
FORA
TEMER!
PRISÃO
PARA EDUARDO CUNHA!
FORA
GOLPISTAS!
Preciso sair ir ali à biblioteca.
Mas volto, enquanto isso escuta o cara:
A letra e vídeo
evidenciam as Jornadas de Junho de 2013, quando milhares foram às ruas
protestar pelos famigerados 0,20 centavos da passagem, que de fato e na verdade
sintetizavam a insatisfação da população com o estado mínimo e sociedade
capitalista.
Passou anos e ainda é
difícil entender ou explicar as Jornadas de Junho. Leio artigos e matérias a
respeito e quase sempre me pego pensando em 2013 sem entender ao certo como foi
que aquilo pôde acontecer.
Mesmo que eu concorde com
algumas considerações que leio porque se aproximam um pouco do que imagino como
hipóteses, só discordo veementemente e com repúdio quando dizem que se tratou
de uma preparação para golpe de 2016. Não acredito!
E se quer saber creio que após o golpe de 2016 as chances de termos outras jornadas para os próximos anos ou meses são enormes, entretanto com várias diferenças no perfil dos manifestantes.
O golpe parlamentar,
midiático e judicial em 2016 foi motivo de muitos protestos pelo país, mas as
consequências e desdobramentos provavelmente serão uma expressiva motivação
para protestos maiores nos próximos meses em algumas regiões do país.
As conseqüências já podem ser sentidas em todo âmbito institucional e embora a mídia faça de tudo para apoiar o golpe, os protestos ocorrerão mais precisamente em São Paulo pela atuação política de alguns setores de trabalhadores combativos como SUAS, SUS; além da luta autônoma dos estudantes secundaristas pela Educação, e principalmente no Rio de Janeiro após realização das Olimpíadas.
O Rio de Janeiro tem sido
ou está se tornando uma caixa de pandora, cheia de chagas e demônios que irão
protestar de forma violenta se as atitudes da Segurança Pública continuar ainda
mais autoritárias.
Assim que realizada as
Olimpíadas ou arrisco dizer até durante o evento pode ocorrer tantos protestos
como em 2013.
A forma escolhida pelos
golpistas: prefeito (PMDB), governador (PMDB) e presidente interino golpista
(PMDB) de conduzir o evento só demonstram que o estado mínimo, as ações para
legitimar o capital e sociedade capitalista pretendem anunciar a morte.
Neste anúncio está
previsto que os pobres dos morros/favelas cariocas não poderão descer no
período das Olimpíadas, terão que aceitar ficar enclausurados enquanto a festa
para os brancos ocorra em paz.
Neste ínterim é preciso pensar as
ações do estado e nesta forma autoritária e violenta se ocorre apenas no Brasil
ou se esta arrogância e autoritarismo perduram noutros países. E se perdura é portanto um problema
de gestão, mas liberal?! Por que nunca conheci ou escutei falar que exista nesta atual democracia um
presidente de esquerda (ou direita) que não atendesse os princípios liberais do
capital.
Quando leio sobre o Chile
vejo a repressão com estudantes, se leio algo sobre o México vejo com
trabalhadores e estudantes que querem educação pública de qualidade.
Ou quando leio sobre Argentina
também vejo nas manifestações ainda mais autoritarismo, se na Venezuela através
de tentativas de impor ideais liberais mesmo com a recusa da população ao
manter por meio de votos o mesmo presidente. Em todo instante nota-se o autoritarismo e medidas
que forçam aceitação de uma “democracia liberal” com o governante/presidente
que o setor financeiro e outros países precisamente aqueles que aglomeram
desenvolvimento e poder (EUA, etc.) escolheram.
E vemos mais adiante que
não é um problema exclusivo da América Latina então se leio sobre a Grécia os
protestos há meses indicam que não se trata apenas de casos isolados.
E se acompanho os
intensos protestos e greves pacíficas e violentas que ocorrem há meses na
França observo que jamais poderia se tratar de caso isolado.
A única diferença
atualmente é que temos a internet para nos aproximar, mas os anúncios e formas
de violência, repressão e autoritarismo contra estudantes e trabalhadores
continuam as mesmas.
O anúncio de ofensivas
contra os estudantes que desejam educação pública de qualidade bem como dos
trabalhadores que queiram manter ou aumentar seus direitos trabalhistas e o
mínimo de direito social anunciam que deve ser cada vez mais graves
e violentos.
A resposta dos
estudantes, em especial dos secundaristas brasileiros tem sido uma das
melhores. E tenho orgulho deles e vejo como fui negligente em quase não ter
comentado o assunto da forma como deveria. O golpe consumiu, mas não corroeu a
atenção. Há de ter espaço e considerações sobre e logo mais.
Daí que é bom perceber a preparação
de novas jornadas, quando estudantes a cada dia se utilizam mais da palavra
“uni-vos” nas suas diferenças e nas constantes: violências, opressões,
repressões e autoritarismo.
Já os trabalhadores...
Pois é, já os
trabalhadores...
É verdade que os
trabalhadores do Brasil ainda dormem, porque não acreditam ou não compreendem o
que está por vir.
Os trabalhadores do
Brasil não creem no fim da CLT ou numa provável cobrança de consultas no SUS
que serão propostas e uma realidade em questão de meses. Prova disso é que um
ministro tocou no assunto e para desespero foi aplaudido pelos presentes.
E ainda que o presidente
interino e golpista anuncie que haverá aumento de Bolsa Família, os
trabalhadores não sabem que os direitos sociais correm risco de esvaírem dos
seus bolsos para os cofres de corruptos de quem não venceu eleição através do
voto popular, mas do voto daqueles que favorecem poucos.
E logo sinto desânimo de
saber que dormem tanto quando deveriam estar mais acordados do que nunca e
ajudar os poucos que se mobilizam contra os ataques aos direitos sociais
conquistados a duras penas.
Também é questão de
segundos para reanimar, principalmente quando me lembro dos muitos
trabalhadores que se movimentam na África, Grécia etc, com ações isoladas é
verdade, mas se movem e sentem as correntes.
E como não sentir frio na
barriga com as ações dos trabalhadores franceses quando anunciam através de
protestos violentos e pacíficos e com várias greves há meses que está na hora
de proclamar a autodefesa ou "légitime défense" pelo bem de todos,
quiçá da humanidade.
E justamente quando
observo a França é que tenho mais convicção e certeza absoluta do que foi as
Jornadas de Junho. E esta certeza me dá uma ernorme esperança nas próximas
jornadas que irão anunciar a mensagem de morte ("Menace de mort")
para a forma equivocada de organizar a sociedade. Tenho esperanças. Em toda
língua muita espérance, porque ela vive e jamais desfalece.
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