quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Soluções Práticas - Final


Olegiev pensou em mundos. Muitos mundos possíveis. Havia tempos ele perdera a noção de quantos mundos. Se o que ele viveu de fato foi algo a ser contado como uma só história. Quandos mundos são possíveis de serem alçados? De quantos mundos são feitos os cabelos, as histórias e as vidas. Natasha hoje era só uma palavra bonita de ser dita quando pensamos em alguém. Especialmente russa, Natasha. Enquanto passava o tempo se lembra também de outras eras e nomes.Vassili e a batalha perdida.Perdido em algum tempo depois ele retornaria a cidade onde nasceu. Reza a lendas. Alexis também reza a lenda pendurou suas armas na estante. O tempo nos deixa arrogantes e nos faz crentes de que nossas batalhas são as batalhas que valem a pena ser vencidas. Mas não, o mundo é feita de guerras tanto quanto de vasos de plantas e equipamentos multidimensionais velhos. Após Natasha ter voltado do portal, muito se disse sobre o que aconteceria. Revoluções, soldados, golpes, paz, etc. Palavras que se diz quando se fala de política, mas Nikolai só disse:"Perdemos". Nada mais. Soldados não vieram, preferiram repetir palavras onde pudessem. A coisa toda continuou como estava. Batalhas perdidas também são batalhas. Se são são perdidas, devem ser recontadas e renomeadas.  Nikolai voltou pra casa anos depois sem ter entendido o que teria dado errado. Afinal, era só gritar 

 Nomes que passaram a ser somente nomes. Palavras que se esquecerão nas brumas de mil tempos e mil mundos. Enquando estamos aqui sentados à beira da existência, contemplamos  a vaga noção de que fato existimos. Escritos num papel feito de carne. Ele se lembrava de muitas e muitas histórias. Desconexas entre si, inacabadas, intrincadas tecidas com instrumentos de madeira ou de metal, cabelos, tesouras e desejos. E enquanto pensava sobre os mundos possíveis, os mundos visitados e os abandonados, pensava realmente sobre o que significava tudo aquilo. Ser alguém é ao mesmo tempo não ser algo, mas como sabemos que não somos ou somos algo? Disperso em tempos diversos e incapaz de saber quem foi ou o que fui, ele se lamenta ter passado tanto tempo achando importante ser algo que teima em se dizer EU. Um nome ou palavra pra dizer que aquelas histórias pertencem a mesma ordem de coisas. 

Ele continua a pensar sobre os muitos mundos possíveis. Os muitos lugares que não terá tempo de voltar ou de conhecer. Nada disso importa agora. Ele já se decidiu. É hora de dar um fim. Uma solução prática às vezes existe. Outras tantas vezes não. Ainda que esse fim venha com a dúvida sobre sua vida.Se pode chama-la de vida e, principalmente ,se pode chama-la de sua. Quem vive nossas vidas quando nossas vidas podem ser muitas? Quando acaba-se o espião, o militar, o militante, o homem, a mulher e o velho de todas horas. Eu ou eles, posso ou pode-se dizer que não existo. As vidas como as histórias acabam.Tristes, fugazes, intensas, ébrias, alegres, felizes ou nada disso. Histórias são como os mundos possíveis que passamos. Simplesmente assim. No final, só resta morrer ou acabar a história.Do último ponto final só adiante o que se vê é um espaço em branco. 

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