quinta-feira, 2 de maio de 2013

Trabalhar com o que se ama é bom, mas pode ser ruim.

Somos diariamente bombardeados por mensagens de auto-ajuda no Facebook. Não costumo postar coisas desse tipo, mas confesso que algumas vezes me beneficio dos textos motivacionais que pulam na minha timeline em algum momento de exaustão no trabalho ou até mesmo de minitristeza. Afinal, segundo os especialistas, todos nós, Dalai Lama inclusive, sofremos algumas minidescargas de tristeza ao longo do dia. Podem durar alguns segundos, minutos, horas, depende da pessoa. Mas queira você ou não, essas minidescargas fazem parte do nosso cotidiano. 

Os posts mais corriqueiros de auto-ajuda que eu vejo por aí dizem respeito a trabalhar com o que você ama. Que dinheiro não é tudo, que o principal na vida é trabalhar com o que você realmente gosta. Trabalhar com o que você não gosta é perda de tempo, é desperdício de energia, é o passaporte para uma vida eternamente infeliz.

Ao mesmo tempo que acho essa mensagem positiva e interessante, a considero muito perigosa e destrutiva para muita gente. Acho que muitas pessoas tendem a se acomodar, criar um mundo paralelo perfeito e se fazer de vítima diante desse quadro. Vejamos o caso típico do adolescente que deseja ganhar dinheiro com a sua banda de rock. Vamos chamá-lo de quê? Pode ser Pedro Ernesto? Muitos desses adolescentes realmente se dedicam, fazem aulas de canto, estudam seus instrumentos, marcam muitos shows, divulgam constantemente as músicas na internet e se baseiam em depoimentos traiçoeiros de medalhões do rock mundial do tipo “nunca desista, monte a sua banda, ensaie bastante, faça um som original que o sucesso com certeza virá”. Mas será que virá mesmo? Basta se esforçar ao máximo? Pra qualquer coisa? Mais importante do que se esforçar a qualquer custo por uma coisa é projetar se essa coisa é de fato viável. E se não for viável, qual seria o Plano B. Mas os livros de auto-ajuda nos ensinam a só olhar para o positivo porque o negativo faz mal. "Não foque os obstáculos, pense apenas no seu objetivo concretizado". E esses adolescentes seguem com o discurso de que “tudo é possível, basta querer”, desafiam os familiares, trancam a faculdade e perdem a oportunidade de estagiar.

Então já quase beirando os 30 anos de idade, Pedro Ernesto se dá conta de que o seu trabalho musical nunca vai fazer sucesso. Ficou 10 anos tocando para meia dúzia de gatos pingados em cidades grandes, do interior, em programas de rádio e até em programas importantes de TV. Fez turnês, pagou jabá, tentou compor músicas parecidas com as que tocavam no rádio. Nada adiantou. Ele até conseguiu uma grana em alguns shows, mas nada que se compare com o pesado investimento mensal que ele injetou na banda todos os meses. O pai e a mãe já não têm mais dinheiro para bancá-lo e ele aceita a derrota. Ele agora sabe que nunca vai ser o novo Cazuza, tampouco o novo Renato Russo, muito menos o novo Chorão.

“A culpa é do povo brasileiro”, Pedro diz. “Eles não têm cultura suficiente para apreciar as minhas músicas. Se eu fosse americano ou europeu, com certeza faria sucesso por lá com o talento que eu tenho”. E ainda acrescenta: “fiz a minha parte, mas o sucesso não veio”.

Pedro Ernesto estudou num ótimo colégio particular. Era um bom aluno. Poderia perfeitamente se dedicar por um ou dois anos e passar num concurso público para nível técnico. Muitas empresas estatais pagam bem, mesmo para quem não tem faculdade. Seria pelo menos um bom começo até que ele termine uma faculdade e tente algo melhor. Mas ele vai dizer que “trabalhar para o governo deve ser muito chato”, “não vou conseguir desenvolver minha capacidade criativa, farei um trabalho burocrático” e, como não poderia faltar, vai dizer que não pode trabalhar com o que não ama. O que resta então para o nosso herói? Tocar com outros artistas como músico contratado? Não, isso ele não quer também. Afinal, ele nasceu para ser a estrela e não para ajudar a brilhar a estrela dos outros. Ser vendedor numa loja de roupas? Trabalhar no caixa de um supermercado? Claro que não. Ele estudou num dos melhores colégios da cidade, nunca poderia realizar trabalhos medíocres de gente do subúrbio.

O pai e a mãe então conseguem um empréstimo para bancar o curso de comunicação numa faculdade privada meia boca. Nem prova ele precisou fazer pra entrar. Foi o único curso que ele aceitou fazer depois de meses de convencimento dos pais.
Já no segundo semestre, ele pensa em largar a faculdade porque o que ele ama mesmo é a música. Ele não quer ser jornalista, não quer trabalhar com produção. “As pessoas que trabalham com produção ganham pouco e trabalham feito escravas, isso não dá pra mim”.

Não foi preciso muito esforço para o Pedro Ernesto se formar na faculdade de comunicação. Afinal, com notas medianas qualquer um passa. O mundo é o culpado. Foi o mundo que perdeu a oportunidade de ver brilhar o novo Renato Russo. Ele poderia estar revolucionando o rock, mas passa o dia no Facebook. Seus maiores trunfos no momento são: conseguiu mais de 50 likes num post que continha uma piada que ele mesmo criou. A sua nova foto de perfil recebeu mais de 30 likes e entre esses likes estava aquela menina que ele está paquerando. E o melhor de tudo, em 2 anos ele conseguiu aumentar o seu número de followers no twitter. De 326 seguidores, ele pulou para 411. Quando conta o seu feito aos amigos, esquece de mencionar que mais da metade desses novos seguidores são spam, pousadas e empresas. Mas tudo bem, isso é só um pequeno detalhe.

Os seus pais estão desesperados, mas Pedro Ernesto nunca esteve tão feliz. Não pôde fazer aquilo que ele realmente amava, mas todos os dias faz pequenas coisas que ama. Ele pode não estar ganhando dinheiro, mas se considera uma pessoa feliz.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

status de relacionamento: divorciado.

há tempos ele já não vinha sendo o mesmo. mudanças rápidas sem aviso. vigilância desnecessária. excesso de mensagens em um dia. falta de mensagens no outro. o que antes era gostoso passou a ser uma tortura. ia dormir com ele e, se não com ele, pensando nele. acordava com ele e, se não com ele, a primeira coisa que fazia era ligar o computador e ver sua cara, lindo como sempre. 

no ônibus, nada de livro. celular na mão e ele sempre ali, comigo.

por causa dele conheci pessoas novas que passaram a ser minhas amigas. por causa dele passei a conhecer coisas diferentes, cidades, países, músicas. por causa dele conheci novos sabores, comidas maravilhosas. com suas mensagens de apoio, começava bem o dia. com suas indiretas, mudava o rumo do meu pensamento. com ele eu sabia, de fato, o que estava acontecendo, os eventos importantes. ele me contava sobre as festas legais, dos shows bacanas aos aniversários imperdíveis, tudo.

mas as coisas começaram a mudar. ele me viciou em um mundo paralelo. acabava esquecendo que a gente pode conhecer pessoas na rua, trocar telefone, conversar sentado em um bar. sem ele, eu não ficava sabendo mais o que estava acontecendo. 

por ele eu parei de ler jornal, revistas, blogs porque, oras, ele me contava tudo. ele tomava conta das minhas madrugadas, dos meus dias de trabalho e do meu descanso. 

ao mesmo tempo em que ele era o máximo, tinha essa coisa de me manter preso.

eu sei que um dia volto pra ele, mas por enquanto, nada de facebook.

terça-feira, 30 de abril de 2013

ANIVERSARIANTES DO MÊS


Eu costumo ser bom para guardar datas de aniversários pelo menos é o que alguns dos meus amigos dizem,  e dizem também que pessoas do signo de Leão como eu se dão bem com pessoas de signos de Aries e Touro, e juntando tudo isso resolvi elencar os aniversariantes desse mês que eu gostaria de dar aquele abraço de feliz aniversário.


Bora lá


02 – Abril

Para começar se eu tivesse o poder eu criaria um feriado nessa data que seria O DIA DA MÚSICA TRANSANTE, as 2 música que mais derrubaram calcinhas na historia foram escritas por aniversariantes nascidos nesse dia.


Feliz aniversário para você Marvin Gaye, por escrever a música mais transante do planeta.



Feliz aniversário para você SERGE GAINSBOURG por escrever a música mais transante das galáxias.



03 – Abril

Divino feliz aniversário, meu pai viu o senhor jogar, e por isso hoje eu sou um Palmeirense sofredor.



06 – Abril

“Vem Comigo” esse era o jargão do cara, quantas vezes sentei na sala de casa para assistir o seu programa com o meu pai, feliz aniversário GOULART DE ANDRADE.



07 – Abril

Parabéns para você BILLIE HOLIDAY que com sua voz me calou para bons momentos de reflexões.



Feliz aniversário MUMU DA MANGUEIRA por ter me  salvado durante anos de ir a missa de domingo, pois os trapalhões era bem no horário, e que anos depois me apresentou o seu lado musical com os Originais do Samba.



09 – Abril

Na adolescência meu apelido era Jeca, fui inventar de crescer muito e virei o Jecão, mas o que poucos sabem é que o Jeca era porque eu adorava assistir Mazzaropi com a minha prima, e essa minha prima que até então só me chamava de Jé, passou a me chamar de Jeca, então parabéns para você MAZZAROPI por ser o motivo do meu apelido, e apelido bom é aquele que você não gosta, esse você pode ter certeza que ira durar para sempre rs.



Você sabia que o coelho é um dos poucos animais que se acasalam por prazer? O HUGH HEFNER sabe disso e muito mais, pois fez uma fortuna de mais de 43 milhões de dólares vendendo revista para outros animais que não conseguem se acasalar, feliz aniversário tio Hugh.



12 – Abril

Não tenho medo de morrer. Tenho pena.

Feliz aniversário velho CHICO



Se tem um sorriso negro que traz felicidade, é o dela feliz aniversário DONA IVONE LARA.



15 – Abril

Como diria o Bezerra da Silva, se Leonardo da 20 porque eu não posso dar 2? Mas nem tenho duvida que o cara dava muito mais do que 20, pois normal, normal o cara não era não, feliz aniversário LEONARDO DA VINCI.



Ela pertence ao Rock and Roll Hall of Fame, Big Band and Jazz Hall of Fame, Blues Hall of Fame e pertence ao meu curacao, feliz aniversário BESSIE SMITH.



16 – Abril

O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir. Feliz aniversário CHARLES CHAPLIN.




19 – Abril

O Rei e a Rainha no mesmo dia.

Feliz aniversário ROBERTO CARLOS



E para ela que tem o nome mais legal de se falar, repita comigo S-H-A-R-A-P-O-V-A caralho eu ainda vou falar isso no olvide de uma mulher, feliz aniversário MARIA YURYEVNA S-H-A-R-A-P-O-V-A.


21 – Abril

Feliz aniversário IGGY POP, no fun




Feliz aniversário ROBERT SMITH ainda não acredito que você deixou essa musica de fora em seu show.


22 – Abril

Feliz aniversário para você que é torcedor sofredor do Lakers, e que é um dos atores mais fodões do cinema. Feliz aniversário JACK NICHOLSON.



23 – Abril

Feliz aniversário para você que é o responsável pelo dia nacional do choro, que logico é o dia do seu nascimento, feliz aniversário PIXINGUINHA.



Feliz aniversário “THE BIG O “



25 – Abril

What can I say dear after I say I'm sorry?  Feliz aniversário ELLA FITZGERALD



Feliz aniversário Michael Corleone, Tony Montana, John Milton, Sonny Wortzik, Vincent Hanna, Willie Bank, Phil Spector feliz aniversário AL PACINO.



26 – Abril

Veeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeia você também deseja comigo o feliz aniversário para o MÁRIO TUPINAMBÁ.



29 – Abril

Feliz aniversário minha revoltadinha preferida, feliz aniversário UMA THURMAN.



30 – Abril

E hoje é aniversário da nossa Mary Jane Watson ou se preferir a da nossa Virgem Suicida, feliz aniversário KIRTEN DUNST.





Abraço

Jeff

segunda-feira, 29 de abril de 2013

1º tempo

fosse no começo da semana ou fim, era lei, não mexa e não toque na televisão, sequer pense em mudar de canal. cerveja do lado e cigarro aceso, no quintal ou na sala, no bar do tonhão ou esquina, o programa.se fosse do coração, esqueça, não fale comigo, não queira atenção ou olhar, se fosse esperta em algum gooooooool, sorriso no rosto uma aproximação, mão estendida e: "pai me dá um real?" "toma fia" com tapinha na cabeça. às vezes uma surpresa ao invés de um, cinco reais, na época era fortuna, sendo rápida para gastá-los antes que ele percebesse o erro. nunca, jamais quando tivesse perdendo, mantinha distância, indo para  rua e ficando até a raiva e palavrões cessarem. cresci, assistindo: tocou pro lado, passou pro outro, e uuuuuh saio pela lateral, vai cobrar a falta e fooooii prá foraaaaa, correu e passou pro fulainho e sicraninho e caiu, ah mais ele se jogou, temos a prova no replay e cobrou o penault e foi prá foooora.tá péssima esta narração e estou morrendo de rir, pois há anos não assisto nenhum. male male digo que sou bambi, sequer assisto.de vez em nunca passo o olhos na tevê e rolando comercial vejo e exceto em leituras não faz parte da minha vida. sobrevivo perfeitamente sem este ou aquele campeonato ou mundial. mas ultimamente em quase tudo lá está. se leio sobre remoções forçadas, sobre desocupações de museus, sobre superfaturamento de licitações, sobre o inferno na radial leste dentro ou fora do metrô, sobre a visita do "ilustre" governador e anúncio do projeto a ser enviado, afirmando a limpeza social, ops a redução da maioridade para negar a péssima gestão durante quase dois séculos, sobre o presidente da câmara que impede qualquer cidadão de transitar em audiência, reprimindo e prendendo manifestantes após protesto em rede social, atos e manifestações na rua em diversos estados em repúdio a ocupação do cargo e posicionamento dentro e fora da câmara ou quando ouço: "aqui não é um jogo, tenho discordâncias mas a  verdade tem que ser dita..." resumindo a novela, apoio justificando o erro, falta de bom senso e conhecimento com supostas ações malignas do inferno sobre a vida dele e futuramente a minha, se leio ou assisto, lá está, o futebol, o jogo. antes de mais nada, não sou contra. quando pequena até gostava, assistia mais, hoje acho bacana a ocupação de mulheres em estádios, roda de conversa e discussões sobre futebol se colocando, justificando por quê o jogo foi uma bosta, sequer entro no assunto o quão absurdo é o salário dos jogadores ou na máquina de dinheiro, a partir do ingresso, fiquei boquiaberta como esgota rápido e como é engrenagem de alienação quando usado para aplainar momentos políticos importantes. na verdade, hoje é um bem bolado pois a sopa está na pressão, a roupa está esperando para ser estendida, o boleto está na mesa para ser pago, a palestra  sobre encarceramento em massa com vera malaguti no prédio das ciências sociais-USP; sala 14 me espera, na tentação de cabular aula de supervisão sendo muito assunto para ser discutido no 1º tempo. confesso ter feito promessa para o futebol,  se feliciano renúncia o cargo por pressão da sociedade civil em todo âmbito pelas redes, pelas ruas, pelas janelas ou pelas portas mudaria de time, algo bobo não é mas vai que funciona e seria mais uma oportunidade para afrontar o fanático por futebol que dizia que meu time era de merda? oi, não é bambi? viro a casaca para o time dito com maior torcida, sendo fiel e popular até o fim. a única aproximação quando assisti um jogo no pacaembu. se até final de 2013 feliciano renunciar viro torcedora de carteirinha, de estádio e de fidelidade. se é para ser cínica que seja no volume máximo já que tudo é um jogo de interesses e oportunismos bora juntar e mandar de uma só vez. a última do colega me deixou emputecida "Vou dizer algo que é maluco, mas menos democracia às vezes é melhor para se organizar uma Copa do Mundo. Quando você tem um chefe de estado forte, que pode decidir, assim como Putin poderá ser em 2018, é mais fácil para nós organizadores do que um país como a Alemanha, onde você precisa negociar em diferentes níveis", declarou Valcke. não bastasse toda pressão e remoções, o todo citado, mais esta, quase dizendo em público que aqui deveria ser a casa da mãe maria, grispina e joaquina ou casa da ditadura militar. então é chegar fazer e acontecer e está tudo certo? funciona desta forma em qualquer outro lugar? digo o que quero e depois peço desculpas? ok, aprendo rápido. antemão, peço-lhe desculpa! a grosseria se deve a educação sucateada, o ensino fundamental e médio no governo psdbista empobrecido ao longo da vida  e o processo de mercantilização das universidades em intenso progresso para que o seu evento aconteça. na falta do quê investir em dois eventos, que sequer foram disputados mas foram jogados para cá sem direito a gol ou trave é no mínimo nos tachar de otários.  Valcke disse que o país deveria "levar um chute no traseiro" para acelerar a preparação do Mundial.o senhor enquanto secretário-geral pode dizer o que bem entende e eu como zé-nada mas brasileira sem concordância com seu evento de merda posso também dizer algo com todo respeito e democracia travestida de ditadura, senhor secretário-geral rode o dedo indicador no orifício fecal prá ver se faz cócegas ou sendo mais brasileira, vai tomar no cu, sem prazer algum, sem tesão e sem ky. resultado 1x1 nos 48 do primeiro tempo.

domingo, 28 de abril de 2013

ComPROVAÇÕES da minha ausência

Foto de desaparecido (?)
minha produção poética(?) muda bastante quando eu me afasto das redes sociais. em breves comentários de status limito assuntos que poderiam vir a ser poemas e não o são. sei que aqui também me inspiro muito, só que pouco para o muito que posso atravessar sozinho sentindo a mim e ao outro. assim vou passar a me afastar do FB e, de enxerido, no wordpress só passo pra postar o que acumulo no bloquinho de mão. muita gente diz que eu loto a página inicial com muita merda. então, sei que não farei falta e na ausência vou me limitar ao vaso. como escreveu aymmar rodiguéz, vou cagar alguns poemas. fedidos e por consequente humanos que todos venham a se enojar. só.

***
comprovado: consigo viver sem o facebook. passei 10 dias sem passar por aqui e nem por isso deixe de existir, muito pelo contrário. estou mais concentrado em mim e vivendo uma vida de verdadeiros cutuques. estou comentando ao vivo e sentindo mais hálito humano próximo a mim. estou rindo alto e em sintonia, rodeado de amigos. pena que não estou informado do baque que você levou ontem e nem de sua irmão que, pelo que dizem e se é que levam a sério, noivou. tudo vive em mim e pouco preciso dessa rede de alienados para me sentir enquadrado neste ângulo sem foco. não me sinto pequeno e não me acho tolo, mas sei que o que produzo e escrevo por aqui não é de interesses de todos. a gente constata pelo likes negados, né verdade? mas não quero likes. quero pedras, e muitas até, todas atiradas em mim para um dia erguer um castelo e com os meus nele viver (como na idade média, sabe?). é até escroto estar dizendo isso, mas é. eu, por muito tempo até, entrei por debaixo dos panos e trouxe comigo a cortina. eu não pedia pra entrar, me jogava! mas sei que muita gente continua aqui nessa rede de alienados, tentando ter voz e ser ouvido. mas não são, eu sei. logo no brasil? um dos países mais incultos do mundo? onde, nas redes sociais o que mais vale é foto de gente bonitinha e no fundo arrogante? onde as fotos mais curtidas e compartilhadas são essas porcaria que só porque nos leva ao riso é de extrema importância no feed de todos? querido tubarão, entenda que os peixes pequenos são devolvidos ao mar (como escreveu carpinejar) e o que a internet senão um mar sem fim? sejamos carentes, mas não a este ponto negada! como canta karina buhr e é pura verdade: boiar no mar é de graça… ♪♫ boiem então! o mundo pode ser uma merda, mas eu não sou. posso ser quase, mas todo não sou. eu é que não vou me afogar. (como no trânsito das cidades, no mar também ocorre acidentes… – sim, daquele comercial, lembra?) fui. vou ler. estou devorando um livro de caio fernando abreu: ovelhas negras. os que escolhi serem meus amigos aqui, o que não diz ser na minha memória, amo a todos. agora sim, fui.

PARA TERMINAR, REPRODUZO ESSES VERSOS DE VINICIUS:


O homem que diz dou, não dá!
Porque quem dá mesmo não diz!
O homem que diz vou não vai!
Porque quando foi já não quis!
O homem que diz sou não é!
Porque quem é mesmo é não sou!
O homem que diz tou não tá
Porque ninguém tá quando quer.


- Vinicius de Moraes -

(A minha ausência nas redes sociais afetou também a este blog. Peço, desde já, perdão).

JOÃO GOMES
http://diariosujo.wordpress.com/

sábado, 27 de abril de 2013

Qual é o segredo


(Ter um lugar no mundo pede responsabilidade. Só posso, então, iniciar com um pedido de desculpas. E de licença para ocupar o dia 27, quando deveria ser dia 26, antes que Luana aqui chegue. Já faz meses que não apareço por aqui. A palavra não me fugiu, mas o tempo para criar a intimidade com as palavras tem sido cada vez mais escasso. É o que tenho feito com a vida sem saber como estancar este veneno amargo. Qual é o segredo de quem consegue? Consegue o tempo da delicadeza, da reflexão, da ruminação? Já fui boa nisso, mas o agora me testa com sua foice. E tira a responsabilidade que havia em mim para tempos de respiro).


Mas não podemos fazer tantos parênteses ocos na vida. E por isso, persisto. E persistir, para mim, significa estar próxima daqueles que sabem se abstrair, para que eu mesma possa me abstrair. Qual é o segredo?  Bergman, no seu livro autobiográfico, Lanterna mágica, descreve seu primeiro momento ante uma câmera e eu sinto como se as palavras ali estivessem exatas. Foi ali que ele descobriu o que seria. E para seu espanto, nem sempre foi um homem agradável, tão submerso estava na constituição do seu ser. Este assombro percorre toda essa autobiografia ao mesmo tempo amarga e plena.

Não sei se Ana Cristina Cesar, nas cartas que escrevia, sabia que constituía ali uma imagem que depois seria cultuada por cada um de nós que lemos a sua obra – até aquela parte que devia ser íntima, como as cartas enviadas aos amigos. O certo é que a imagem, ali, é de quem carrega em si  algo indefinível – sempre entre a pose e o puro sentimento. O que somos::: o supérfluo que nos alegra (as batas bonitas, a poupança inesperada, os presentes). O que somos::: o medo de ser preterida, as inseguranças com os amores, a vontade de brincar de casinha, a impaciência com o trabalho que não satisfaz.  E ainda que sejamos coincidentes na matéria do ser, ainda somos cada um – um. Ninguém é Ana C. 

E ninguém é Bergman. Mas somos um pouco de todos que passam por nós. Por isso, ainda leio. Ainda que num tempo reduzido, ainda que quase tudo à volta me exija uma posição de eficácia, insisto na possibilidade desse encontro. Porque ler é também um modo de vermos [e querermos nos insurgir contra] a nossa pequenez nos dias que correm.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

"Os homens não sabem romper. As mulheres preferem que a ruptura seja clara" - disse Dorine em Carta a D.

A frase foi dita há cerca de 60 anos e eu continuo pensando o quanto ela é atual.
Desculpem-me meninos, mas este é um post de um (entre muitos) desabafo contínuo dentro do nosso infinito universo feminino.

Esta semana, li a coluna do Xico Sá que fala sobre a epidemia do homem frouxo. Tenho a nítida sensação que nós mulheres, adoraríamos abraçar o Xico Sá e dizer: Obrigada! 

Vocês, homens, podem achar que temos o medo, o receio, o temor de recebermos um belo e sonoro "Não" quando não somos aquela que lhe interessa. Meus caros, não temos medo do "Não". Tá, temos um pouquinho, mas as mulheres sentam, choram e superam. Passamos a imagem de super frágil a ponto de não recebermos qualquer resposta? O que nos deixa emputecidas é o famoso "não caga e não sai da moita". 

As mulheres deixaram de lado a passividade com o passar dos anos e estão assumindo mais suas vontades e desejos. Hoje, conseguimos bancar a frase: "Sim, eu estou afim de ficar contigo e você?". Isso os assusta?
Eu entendo que temos nossa parcela de responsabilidade quando permitimos a prorrogação da situação, mas confiamos que nossa honestidade será recíproca. 

Então, meninos, moços, homens e senhores, pelo sim ou pelo não, uma das milhares de coisas que queremos é que deixem a moita.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

A sua vez

Não dava sorte. E, quando tentava, nada dava certo. Quando o pão escorregava da sua mão, o pote de manteiga inteiro caía virado pro chão. LNa escola levantava a mão, mas ninguém reparava. E era sempre assim. Avisava, mas ninguém ouvia. Durante um assalto, o ladrão nem percebeu que estava ali. Perdeu a vez na fila, mas foi encontrado pela bala perdida. Até na guerra, o frango era urubu. Era sempre o último a entrar no metrô. Um dia, de tão atrasado, não percebeu que a porta já tinha fechado e caiu no vão. Ninguém notou, o maquinista não percebeu e o trem passou por cima, como se não tivesse ninguém lá. Ao chegar do outro lado, era o último da fila. Mas os últimos serão os primeiros, então ressuscitou antes de todos os outros. E chegou a tempo de conferir o fim do mundo de camarote, na primeira fila. Conformado, pegou uma pipoca para assistir ao espetáculo.

Pena que mordeu o piruá e quebrou o dente.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ted

Há dois anos escrevi nesse mesmo blog sobre dois novos companheiros.
Mês passado contei que um deles nos deixou.. eu estava certa que nunca mais ia querer outro animal.. sofri como um cão.. só que a outra gata começou a chorar também e como sou uma péssima mãe consegui um amiguinho para ela.
Ele é orelhudo, magrelo, remelento e esfomeado, mas é a coisa mais linda do mundo!
Ela não gostou nada dele a princípio, mas ele é tão carinhoso e meigo que tenho certeza que logo logo vai derreter o coração dela.
Vida longa e próspera ao Ted.

Ps. Se você não ainda não conhece o Ted de How I Met Your Mother, SUIT UP e conheça! É legen.. wait for it.. dary!!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

No dia em que Júlia nasceu...

o milagre que salva o mundo, a esfera dos negócios humanos, de sua ruína normal e natural é, em última análise, o fato do nascimento, no qual a faculdade de agir se radica ontologiamente. Em outras palavras, é o nascimento de novos seres humanos e o novo começo, a ação de que são capazes em virtude de terem nascido. Só o pleno exercício dessa capacidade pode conferir aos negócios humanos fé e esperança (...). Esta fé e esta esperança no mundo talvez nunca tenham sido expressas de modo tão sucinto e glorioso como nas breves palavras com as quais os Evangelhos anunciaram a "boa nova": "Nasceu uma criança entre nós". 
(Arendt, Hannah, in A Condição Humana)


No dia em que Júlia nasceu, homens barbados se digladiavam por quase nada. Nações ricas impunham seu domínio sobre nações pobres, ficando aquelas ainda mais ricas e estas ainda mais pobres. Ditadores botavam medo no Oriente e falsos democratas enojavam o Ocidente. No dia em que Júlia nasceu, liberdades individuais eram postas em xeque por pessoas que se colocavam acima do bem e do mal. Ter era visto como religião para muitos ao passo que ser era coisa de pouco valor.

No dia em que Júlia nasceu, pessoas morriam de inanição para que outras pudessem morrer de obesidade. No dia em Júlia nasceu, a televisão só passava telenovelas, mas muitos pensavam estar assistindo telejornais. No dia em que Júlia nasceu, se vendiam panfletos em bancas de jornal, mas muitos pensavam estar consumindo importantes periódicos.

No dia em que Júlia nasceu, rios eram poluídos, florestas eram destruídas e o ar ficava cada vez mais irrespirável nas grandes cidades. Animais eram traficados e o homem ia se trancando cada vez mais em seu próprio cativeiro.

No dia em que Júlia nasceu, pessoas atravessaram a rua para não ter que cumprimentar alguém que vinha pelo sentido oposto. No dia em que Júlia nasceu, muitas pessoas foram adicionadas, mas muito poucas foram abraçadas. Muitas ideias foram curtidas, mas muito poucas foram aplaudidas. No dia em que Júlia nasceu, a tolerância era vista como a maior das virtudes e o amor como utopia distante.

Mas alheia a tudo isso, apesar de tudo isso, resistindo a tudo isso, Júlia nasceu.

E com ela nasceu o Novo. Uma nova chance. Porque todo bebê que nasce carrega consigo um bocado de esperança...

***

Não se preocupe, pequena Júlia. Não quero colocar em seus frágeis ombros o peso de mudar o mundo. Mas quero que compreenda que a mudança começa a cada pequeno novo passo. E chegou a sua vez de iniciar mais uma nova caminhada...

Não se apequene, pequena Júlia. O mundo agora também é seu...


domingo, 21 de abril de 2013

Comparação não: Analogia...!

Lembro que o título desse texto, que publiquei originalmente no meu blog pessoal (que saudade dele...) não era esse.
E confesso que hoje já não lembro mais qual era o título antigo.

O que me leva a postar algo já publicado um dia é a falta de tempo!
Tanto é que já são 20h15 desse 21 de Abril, e só agora tive tempo de estar aqui pra postar pra vocês!

Prometo que no mês que vem, embora minha vida esteja cada vez mais corrida, tentarei deixar um texto inédito pronto com uma maior antecedência!

À minha inspiração, o meu muito obrigado!
Espero que você goste do texto!

Gostaria hoje de comentar sobre algo que adoro ver, e quando vejo, lembro-me de uma maneira mais poderosa que Deus existe, e a frase que tanto gosto é mais do que verdadeira: "Tudo o que Deus faz é bom e perfeito!"
Pare por um momento sua leitura por aqui, e dê uma olhada com calma na foto que ilustra esse post! Pode olhar sem pressa! MAs tente olhar através da imagem, olhe e enxergue cm o coração... Te dou alguns segundos, ou o quanto você precisar...
Sei que você já deve tê-lo feito! Já deve ter contemplado o botão de rosa! Pois bem! Para alguém romântico à moda antiga como eu, nada mais lindo do que ver uma mulher empunhando qualquer coisa do gênero das flores, ainda mais sendo uma rosa! É mais do que lógico que não estu fazendo, nunca fiz e jamais farei uma comparação entre ambas criações de Deus, pois a rosa perderia de longe ara a mulher, mas sim, querido, querida, gostaria de fazer uma analogia entre as duas figuras!
Interessante como elas tem "algo à ver" uma com a outra!
A mulher, comprovadamente pela ciência, fica com sua pele mais sedosa, dependendo de seu estado hormonal! O cheiro muda, a "textura" parece mudar... Tudo fica mais bonito e atraente! Se você já tocou com amor alguém, e é romântico ou romântica como eu, vai certamente saber do que estou falando! Tal qual o botão de rosa que ilustra tão bem essa publicação, é a pele de uma mulher, filha de Deus, criada à sua imagem e semelhança!
Interessante! Não foi proposital! Quando escolhi a foto, não pensei no fato de querer encontrar uma que não estivesse toda "revelada!" Note que, ela está "desabrochando", e isso me lembra a natureza misteriosa de uma mulher! Nunca as conheceremos à fundo. Geralmente quem tem o dom de ser mãe, tem maiores probabilidades de "ler" nossos pensamentos! Saber como e por quê pensamos sobre determinado assunto, caso, acontecimento... Mas nós, homens, pobres mortais, jamais saberemos a fundo o que elas pensam, pois tem o dom do mistério.
Isso é bom! Mas às vezes, ficamos doidos com isso! Parecemos brinquedinhos em suas mãos! Como já disse o grande e talentoso Fábio Jr, "pareço um menino!" Penso que ele também tenha se sentido um brinquedinho nas mãos de alguém do poderoso sexo feminino! Ah... mas que bela experiência...!
É verdade também, que, na rosa, se encontra também os espinhos! Aí entra a realidade das feridas, dos machucados... dos sangramentos, tão necessários para que a seiva da vida jorre por sobre seu caule e a faça crescer de uma maneira tão linda, bela, porém... dolorosa...
Mas que vale a pena cada gota de sangue! Se algum dia você tiver a oportunidade de presentear alguém com um simples botão de rosa, seja qual for a sua cor, tamanho, sei lá, e ter seu dedo machucado e nele, um espinho da flor, saiba que a "folôr" que a receber ficará muito feliz em recebê-lo! Nem tanto pela rosa em si, mas pelo sangue que significou o seu amor! Aliás, sangue também tem muito a ver com amor, uma vez que, Aquele que mais nos amou, deu todo o seu sangue por nós na cruz...
Nunca, jamais, em hipótese alguma, a beleza de uma rosa se comparará à beleza de uma mulher! Nem o luar se compara, apenas é possível fazer uma breve analogia...
Mas isso já é assunto prá uma outra hora...
Rosa linda!

sábado, 20 de abril de 2013

Entre jovem e menor infrator há uns 10 salários

Em 2009 a mídia divulgou um vídeo que indignou a sociedade. Sim, isso acontece toda semana, às vezes mais de uma vez por semana, mas em 2009 o que vimos (confira aqui) foi um traficante utilizando uma arma de brinquedo e uma boneca para ensinar duas crianças de quatro e três anos a assaltar, com direito a simulação de tiros, coronhadas e a ordem de “dá meu dinheiro, boneca”.

Não sei por onde anda o traficante, tão pouco as crianças. Em um país onde os escândalos parecem seguir tendências de moda, na época o caso deve ter dado espaço para alguma denúncia de corrupção, crime hediondo ou o último capítulo da novela. Mas o que esperar dessas crianças?

Pelo que tenho acompanhado da opinião pública em relação à redução da maioridade penal, que vem a tona sempre que a mídia noticia o crime de algum pobre entre 16 e 18 anos, há quem acredite que hoje essas duas crianças, que devem estar com cerca de oito anos, estão pensando em como as armas presentes em seus cotidianos são maléficas, o quanto é violento coagir alguém a entregar o dinheiro e como é errado dar uma coronhada na testa de alguém, conforme o adulto ensinou.

Diria até que estão pensando nos seus deveres de cidadãos e se conformando com a ausência de seus direitos e a violência simbólica que isso representa,afinal devemos nos conformar com a desigualdade social ao invés de utiliza-la como desculpinha furada para os crimes cometidos pelos jovens. Não é porque eles aprenderam desde cedo a assaltar com uma arma em punhos que não vão, magicamente, saber que roubar é errado.

Muito diferente de outros casos que acompanhamos frequentemente de jovens – eu disse jovens, não menores infratores – que pegam o carro dos pais escondidos da garagem, juntamente com uma garrafa de vodca importada do barzinho da sala de estar, e saem madrugada a fora, por vezes espancando empregadas domésticas por confundi-las com prostitutas (?), ou queimando índios por confundi-los com mendigos (?).

Notem a diferença: eles são jovens e todos sabem que essa é uma fase da vida que as pessoas são um pouco inconsequentes mesmo, mas foram erros pontuais, que não condizem com a vida que eles tinham, portanto daqui para frente serão as chamadas “pessoas de bem”, assim como os que eventualmente estupram alguma menina da escola. Foi errado, mas são jovens, sabem como são intensos os hormônios masculinos nessa fase da vida, não sabem? Fica difícil discernir o que é certo e o que é errado.

Certo. Sarcasmo tem limite e 93% da população paulistana dirá que todos esses protagonistas que vieram da classe média/alta também devem ir para a cadeia, não apenas as duas crianças do vídeo, caso além da aula de crime eles ainda tenham uma possível “má índole” que os impeça de refletir sobre o que é certo e o que é errado. Todos para a cadeia, que curiosamente hoje não conta com a nobre presença de representantes da classe média/alta, nem recupera os criminosos condenados.

O sistema prisional tem duas funções: punir o criminoso – feliz ou infelizmente punição e educação são coisas distintas, quando não conflitantes – e livrar a sociedade daquele que comete o delito, mas somente pelo tempo que durar a pena, já que em qualquer presídio do mundo a taxa de recuperação passa bem longe de 100%. Será que a proposta é, além de reduzir a maioridade, condenar todo e qualquer criminoso à prisão perpétua? Talvez à pena de morte, que reduziria o gasto com a construção de cadeias e manutenção dos presos.

Frequentemente ouço a confissão por parte dos que defendem a redução da maioridade de que essa medida não resolverá o problema, mas é melhor do que não fazer nada. Primeiro que investir em uma ação ineficiente, sabendo de sua ineficiência, soa para mim como tomar um antitérmico quando se está com dor de cabeça (não vai resolver, mas é melhor que não tomar remédio). Além disso, ninguém em sã consciência defende a total e completa impunidade aos hoje menores de idade.

Há uma infinidade de fatores que podem levar uma pessoa a cometer um crime, não por acaso a criminalidade varia, mas sempre existe. Entretanto a punição pode ser um pouco mais inteligente do que isolar o criminoso do mundo, acreditando que tal qual um sábio da montanha o indivíduo atingirá um estágio superior de conhecimento e se tonará apto a voltar ao convívio social.

Difícil concluir fugindo do óbvio, mas se não cometer crimes é um dever, educação, cultura, lazer, atendimento médico, saneamento básico, etc., são direitos. Façamos o seguinte exercício: a partir de amanhã não existem mais serviços públicos, tudo o que você quiser terá que ser pago, incluindo coleta de lixo, segurança, asfalto nas ruas, iluminação pública, etc. Nada mais de direitos. Mas o pagamento de impostos será mantido, é seu dever pagar sem questionar.


Nota: a princípio eu escreveria sobre a pec das empregadas, mas minhas ideias foram muito bem contempladas no texto da Iara De Dupont, no dia 12. Só complemento com dois exemplos lúdicos: 1 – Em Amor, vencedor de melhor filme estrangeiro, vemos o casal de idosos vivendo sozinhos, mesmo com muito dinheiro. A tentativa de uma enfermeira é tão desastrosa que optam por continuar cuidando de tudo sozinhos. 2 – No menos conhecido Elles, Juliette Binoche é uma executiva bem sucedida, linda e que ainda trabalha em casa, limpando e cozinhando para um marido patético e repulsivo, sem empregadas. Isso a torna pior que alguma socialite paulistana, que tem empregada até para levar o cachorro para passear?