segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Carta de término.


Então, enfim, acabou.
Tanta coisa vivida, sentida, obtida e colorida. Mas deu, já era, faz parte de outro tempo. Um tempo em que a gente era a gente, e não você do teu lado e eu do meu.
Mas, olha, quero te fazer um pedido, dado que tô com crédito na casa: 
Sai de perto de mim.
Sai de perto dos meus amigos.
Sai de perto da minha família.
Sai de perto daquilo que forma o que chamo de eu. 
Você não mais faz parte disso. 
Sai.

Acho o cúmulo você querer sair da minha vida levando aquilo que obteve sem merecer. Das coisas ok, vai, leva. Isso eu consigo de volta, de outro jeito. Até bom que você leve, e leve com as coisas a possível lembrança que ficaria de ti se ficassem suas coisas.

Não meus amigos. Isso você não leva. Aqueles que foram contigo não voltam mais. Que te consolem, que riam com você, que vivam com você. E que não me procurem mais. Num momento de fim, não se acompanham dois enterros. 

Não minha família. Se você fosse a mulher que todos pensavam que você era, você estaria casada comigo. É inquestionável que você foi bacana com todo mundo, mas não, tenha respeito pela dor alheia. Pela família alheia. 

Leva teu espólio. E sai. 

Ah, só para não esquecer: sai pela porta da frente. 
Porta dos fundos é só para quem é de casa. 

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