"Eu escrevo para um blog uma vez por mês." "Legal! E eles te pagam?" "Não, é de graça." "Mas você ganha alguma coisa?" "Não, é porque eu gosto mesmo." "Ah!"
Já tive esse diálogo algumas vezes, com pequenas variações. Hoje é um pouco mais compreensível. Com tantas opções de vídeo, dancinhas de Tik Tok, youtubers célebres e instagramers que cobram alto por posts, me sinto velho usando Twitter e escrevendo (escrevendo!) em blog.
O estranhamento diante da falta de lucro não se restringe à escrita. Em um curso recente de fotografia acompanhei a apresentação inicial dos participantes, dizendo o nome e o motivo de fazerem o curso. Sobraram empreendedores visando aprimorar o produto e reverter o resultado em um plus a mais para o engajamento desembocando em ganhar um trocado extra no fim do mês.
Eu decidi fazer o curso para aprender um pouco mais sobre fotografia. Porque eu gosto. "Mas você pensa em trabalhar com isso?" "Não." "Bom, quem sabe você não acaba encontrando um jeito de monetizar isso né?" "Eh... é..."
Lembrei desses exemplos durante um dos debates do primeiro turno, para governo de São Paulo. Ao ser questionado por Fernando Haddad sobre as propostas para a cultura, o candidato Vinicius Poit, do Partido Novo (novo!), usou todo o tempo de resposta e tréplica para discorrer sobre a importância da formação profissional, do curso técnico, do encaminhamento para uma profissão já na adolescência. Nem uma única menção às atividades culturais.
Claro que os boletos não esperam. Muitas vezes o que parece um pouco a mais pode fazer diferença nas contas. Mas com a multidão de ansiosos e deprimidos, o tal Burnout se popularizou e o stress já é de casa, virou estresse.
Não dá para combater o esgotamento físico e mental trabalhando. Parar um pouco e cultivar um hobby não é perda de tempo. Pelo contrário. Várias empresas que adotaram redução de jornada constataram aumento de produtividade, como aponta a economista Marilane Teixeira, da Unicamp, em entrevista ao PortalCUT.
Se a fonte pode parecer suspeita por se tratar de uma força sindical, cabe o exemplo da empresa Solpack Agronet, em Rio das Pedras. A notícia do portal G1, que não é grande simpatizante do comunismo, mostra que reduzir a jornada para seis horas aumentou a produtividade em 25%.
Mais eficiente que números, estudos, hipóteses e dados, cabe resgatar nossa capacidade de sonhar e viver experiências diversas. Diante de toda a diversidade de opções que temos na vida, vale a pena sonhar só em empreender e trabalhar?
Já tive esse diálogo algumas vezes, com pequenas variações. Hoje é um pouco mais compreensível. Com tantas opções de vídeo, dancinhas de Tik Tok, youtubers célebres e instagramers que cobram alto por posts, me sinto velho usando Twitter e escrevendo (escrevendo!) em blog.
O estranhamento diante da falta de lucro não se restringe à escrita. Em um curso recente de fotografia acompanhei a apresentação inicial dos participantes, dizendo o nome e o motivo de fazerem o curso. Sobraram empreendedores visando aprimorar o produto e reverter o resultado em um plus a mais para o engajamento desembocando em ganhar um trocado extra no fim do mês.
Eu decidi fazer o curso para aprender um pouco mais sobre fotografia. Porque eu gosto. "Mas você pensa em trabalhar com isso?" "Não." "Bom, quem sabe você não acaba encontrando um jeito de monetizar isso né?" "Eh... é..."
Lembrei desses exemplos durante um dos debates do primeiro turno, para governo de São Paulo. Ao ser questionado por Fernando Haddad sobre as propostas para a cultura, o candidato Vinicius Poit, do Partido Novo (novo!), usou todo o tempo de resposta e tréplica para discorrer sobre a importância da formação profissional, do curso técnico, do encaminhamento para uma profissão já na adolescência. Nem uma única menção às atividades culturais.
Claro que os boletos não esperam. Muitas vezes o que parece um pouco a mais pode fazer diferença nas contas. Mas com a multidão de ansiosos e deprimidos, o tal Burnout se popularizou e o stress já é de casa, virou estresse.
Não dá para combater o esgotamento físico e mental trabalhando. Parar um pouco e cultivar um hobby não é perda de tempo. Pelo contrário. Várias empresas que adotaram redução de jornada constataram aumento de produtividade, como aponta a economista Marilane Teixeira, da Unicamp, em entrevista ao PortalCUT.
Se a fonte pode parecer suspeita por se tratar de uma força sindical, cabe o exemplo da empresa Solpack Agronet, em Rio das Pedras. A notícia do portal G1, que não é grande simpatizante do comunismo, mostra que reduzir a jornada para seis horas aumentou a produtividade em 25%.
Mais eficiente que números, estudos, hipóteses e dados, cabe resgatar nossa capacidade de sonhar e viver experiências diversas. Diante de toda a diversidade de opções que temos na vida, vale a pena sonhar só em empreender e trabalhar?