Enquanto a prefeitura de Sampa divulga o planejamento para 2040, recheado de letrinhas e palavrinhas que muito me ilude, como:promoção do equilíbrio social, desenvolvimento urbano e sustentável, mobilidade e acessibilidade, melhoria ambiental e oportunidade de negócios. Além do principal, se não mais importante foco, na qualidade de vida dos moradores, com investimentos na Educação e Saúde Pública. Um verdadeiro conto da carochinha, queira Deus e a sorte do universo que eu esteja enganada. Enfim... Lembrei que eu estou: sem plano, sem meta e sem programa para daqui a cinco meses, dirá para 2040, ano que eu nem sei se estarei viva.
Lembrei também de um livro. Uma leitura de anos, do livro emprestado que não devolvi (também lembrei agora) cujo autor, enfatiza a importância do planejamento. Se não, a longo prazo, como nas empresas made in china, made in japão, made in usa, com planejamento para 20,30, 50 anos, pelo menos para uma semana,um mês, seis meses, um ano. Achei graça quando li. Porque sempre fiquei a mercê da sorte, circunstâncias e divino. Muito crente que a qualquer momento a lua se voltaria pro meu rabo, tendo em vista que o meu rabo não nasceu virado pra lua e menos ainda para o sol.
Até que resolvi me testar.
Decidi do nada estabelecer metas curtas e simbólicas, das quais, eram certeza o alcance. A princípio foi bom e acabei por aumentá-las pouco a pouco. Isto me deixou um pouco mais organizada, mas não o suficiente para planejamento a longo prazo. Foi um teste, a cobaia, eu mesma. E confesso, a ideia surgiu a partir da leitura do livro que não devolvi, do autor, idoso, rabudo, bilionário, pão duro, capitalista e empresário famoso.
Ao ler o programa de Sampa senti uma certa necessidade de organizar algumas coisas. Ou estabelecer metas a minha vida. A ser mais centrada no que faço; a ter menos atrasos, em tudo e pra tudo; a ter mais objetivos; a ter mais opções para driblar o tédio; a ter mais vontade de viver e por aí vai...Mas eu bem sei, que essa vontade de organização e planejamento a perder de vista, não funciona comigo.
Estabelecer metas a longo prazo significa ficar amarrada a obrigatoriedade de cumpri-lás. Além de perder a liberdade de mudanças. Ignorar o fato de que estou sujeita a metamorfoses constantes, sujeita a adaptações do tempo, a mudanças de metas e objetivos...Embora, tão teimosa, tenho que admitir, metade do que planejei quando tinha 20 anos ficou para trás.
Matei e ressucitei alguns sonhos, melhorei algumas coisas e não consegui transformar outras. A única certeza - a morte, mais dia menos dia ela virá, queira não queira ela virá, aceite e não aceite ela virá. E a única diferença entre eu e os abastados, cujo rabo nasceu virado para o sistema solar, é o enterro e os vermes, talvez um cemitério ou crematório chique, ou verme mais hábil para devorar a carcaça. No mais, nenhuma diferença, nem melhor e nem pior, iguais.
Portanto, sinto muito, não farei como a prefeitura de Sampa. Nada de programa, com planejamento a perder de vista. Já que corre o risco de ficar no papel ou perdido numa janela "killer" frustrada e amargurada, por não concluir o programa. Continuarei no curto prazo, sonhando sempre muito alto, sem perder de vista, o agora, o já, o instante, porque isto que é vida!
Então, para os próximos quatro dias segue meu programa:
- enfiar o pé na bunda de 2010 e correr para o abraço e encontro de 2011.
- sorrir muito e dar muita risada.
- brincar nas pedras, fazer tudo aquilo que fiz quando visitei a cidade em outubro e + um pouco, sambar na areia e ver o sol se perder no mar.
- abraçar meu amigos e fazer outros amigos.
- ficar extremamente bronzeada, com marca sensual de biquíni.
- voltar com a carinha que Deus deu pra cima, rindo, com sorriso largo...
Para receber bem o ano de 2011.
Feliz Ano Novo!
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