Damas comprimentam os cavalheiros
Ô o balance
Olha a chuva
É mentira
Ô caracor
A grande roda
Balance
O xaxadô
O zig zag
Ô túnel
...
Despedida
Aí o noivo carrega a noiva no colo!!!!!!!
Vou me desacorvardar dizendo não a um coração que fez só desagasalhar quem o abrigou
Profanou, sem se importar e destruiu, sem mais pensar,o essencial de mim.
Me atiçando um fogo em mim...
Mas pode um incêncio alastrar-se ao coração que as labaredas nem vão sequer provocar um só perdão
...Quantas pedras não terá para atirar de novo em mim?Me subestimar, prá quê?
Não vou!
E quando o remorso invadir seu sono, então, meu coração não vai nem sequer se vergar à sua dor
Debelar o incêncio vai ser impossível só porque quem brincou com o fogo foi Você.
Esse é o Cartola e o resto?
Escritor. Colunista do portal pernambucano de literatura Interpoética. Escreve o blog Diário Sujo e foi publicado na antologia GRANJA.
"O gigante acordou" - bradam muitos no meio da multidão. Na verdade, não diria que estivesse dormindo. Eu diria que parte dele jamais dormiu e que outra estava - e ainda está - hipnotizada, reproduzindo como papagaios aquilo que bradam as revistas semanais e as telenovelas noticiosas, também conhecidas como telejornais. Se alguma coisa mudou nisso tudo foi justamente a Verdade da vez, o discurso que esses veículos passaram a produzir e que seus sempre tão passivos leitores passaram a reproduzir. De uma hora para outra, os "vândalos" voltaram a ser "jovens" e as manifestações passaram a ser verdadeiros movimentos democráticos (desde que garantida uma certa ordem), comparadas com o Movimentos dos caras pintadas de 92, como algo que poderia interessar tanto aos usuários dos serviços públicos quanto a classe média, aquela classe conhecida por seu sofrimento.
A multidão então tomou às ruas e o que se viu não foi um apanhado de gente desnorteada diante de uma onda milagrosa de "ausência de causas" - conforme diagnosticou Arnaldo Jabor, do alto de sua ignorância política - mas justamente o contrário, o que se via era um grupo nada homogêneo de pessoas, que se distinguiam justamente pela multiplicidade de causas que estavam jogo.
Alguns completavam a frase da maneira mais literal e diziam que sim, era por mais que vinte centavos que lutavam, lutavam pela gratuidade do transporte que, afinal de contas, é um direito e que, como tal, não deve ser encarado como um bem de mercado qualquer, que segue às leis da oferta e da demanda e as curvas da inflação.
Nascido em Anápolis - GO, se mudou ainda adolescente para Goiânia - GO onde passou seus últimos 8 anos antes de se mudar para São Paulo - SP.
Administrador especializado em Marketing, Ator, Bailarino, Professor...
Dono de uma vida cheia de profissões recheada de arte e sonhos - realizados ou (ainda) não.
Tenho memórias que são quase, tenho memórias inteiras, tenho memórias que me escapam mente afora.
E-mail: tatilazz@gmail.com
Nota: Esta postagem está disponível em dois idiomas. O primeiro em português, o segundo, logo após este, em inglês, escolha sua versão e deixe seu comentário.
Note: This post is available in two idioms. The first one in brazilian portuguese, the second one, right after this, in english, choose your version and leave your comment.
Eu odiava suspense, e suspense era justamente a especialidade dela.
Diane Young ainda estava na fase de poder dizer que tinha “vinte e poucos” (eu, por outro lado, tinha acabado de entrar na parte em que é preciso começar a dizer “quase trinta”). Meu amigo Ezra costumava dizer que aquela garota era o amor da minha vida. Eu tinha minhas dúvidas.
Eu tinha motivos para isso: Diane vivia me perguntando porque eu gostava tanto dos filmes noir dos anos 50, e sempre olhava feio para o meu pôster da Grace Kelly pendurado à cabeceira da cama. Mas ela amava Hitchcock, e não parecia ver problemas na Grace quando ela estava em Janela Indiscreta. Não me entendam mal, hitchcockianos, mas eu realmente odeio suspense.
Aquilo combinava com ela. Diane era o tipo de garota que te deixava o tempo todo na ponta dos pés, tentando adivinhar o próximo passo. Ela passava a mão pelos meus cabelos ruivos e olhava dentro dos meus olhos verdes, e justamente quando eu estava esperando que ela me dissesse o que eu queria ouvir, ela me vinha com um: “Irlandês e orgulhoso, naturalmente”.
A verdade, caro leitor, é que eu tenho a sorte de um membro da família Kennedy. E eu sabia, eu simplesmente sabia, que um dia Diane Young iria embora. Iria achar alguém que gostasse de Hitchcock e a fizesse dizer algo mais romântico do que “irlandês e orgulhoso, naturalmente”. E tem mais: eu nunca estive com ninguém por mais de alguns meses.
“Se Diane Young não te fazer mudar de ideia, você pode pegar uma carona no tempo”, me disse Ezra um dia desses. Acho que eu acabei seguindo esse conselho.
Não sei quem eu sou, mas continuo sendo, mesmo porque nunca fui outra coisa. E ao mesmo tempo já fui de tudo. Vai entender.
Cleyton Cabral vê história em tudo. É contista, dramaturgo, publicitário e faz bico de poeta.
@cleytoncabral
www.cleytudo.com
Cartomante hereditário, iniciou seus estudos aos 10 anos de idade, através de sua avó. Aos 14 iniciou seus estudos com os 78 Arcanos do Tarô de Marselha e aos 17 com o Baralho Cigano (Petit Lenormand). Atualmente trabalha com História da Arte, sem no entanto se desligar do Universo simbólico das cartas de jogar. Autor do livro Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao encerramento da consulta.