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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Na Capa de Meu Rosto

Toda vez que te vejo, eu te leio com um sorriso estampado na capa do meu rosto.

Seu prefácio descreve que não será assim, mas eu ainda assim te leio com um sorriso estampado na capa do meu rosto.

Então vem o Sumário, que detalha em capítulos o que está por vir. Não parece ser alto astral, mas eu, ainda assim, tenho na capa estampado um sorriso e não temo em mostrar a capa de meu rosto.

Durante a leitura dessa doce tragédia, tristes contos e poesias desdenham que tudo caminhe para o fim. Nesse momento, uma mancha surge na minha capa.

Perco a vontade de ler por um instante, mas me esforço. Ainda que o contexto não pareça propício, mostro de novo o sorriso que estampa a capa de meu rosto.

Ao fim do romance, a esperança de um novo começo. Eis que leio que tudo parace estar certo para o lamento dos que não voltam. 

Mas eu, abro a capa que estampa o sorriso de meu rosto e te mostro que em meu peito há algo bem mais forte e incandescente. 

Te deixo então ler que em meu livro descrevo que te ter é o que dá sentido ao estampo do sorriso na capa de meu rosto.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Excesso

Você diz que te faço bem...
...Mas é melhor não. Em excesso posso lhe fazer mal. Posso te dar dor de cabeça, vertigem e delírios. Posso lhe trazer uma "bad vibe". Em excesso posso ser abrasivo e te deixar de ressaca. Posso te deixar de mau humor, de estômago embrulhado, dar azia, queimação, má digestão e mal estar. Em excesso posso deprimir. Longe, por conta do excesso, posso te deixar em abstinência. Em excesso posso ser motivo de psicoterapeuta, psicólogo e caso de psiquiatria. Posso ser sua demência de tanta loucura pelo teu vício por mim...  
...em excesso eu posso fazer mal.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Memórias

Há quem diga que memória boa é aquela que se guarda com carinho de algo que se foi há muito tempo. Há quem diga que memória é um pedaço vivo da saudade. Há quem não tenha saudade de nada, apenas um trauma que se denominou memória por não se enquadrar em outra categoria. Há memória que é de arrependimento e há memória que vira aprendizado.

Memórias.

Memórias são como um artigo de museu, quanto mais antiga, mais rara e quanto mais rara, mais valiosa ela se torna.

Eu aposto que a maioria irá escrever sobre as memórias da infância ou da adolescência, da época da escola ou das férias de quinze anos atrás. Quiçá alguma tristeza em tom de dor daquela que não volta mais.

Hoje eu decidi contrariar esse conceito. Não pretendo ir muito longe para descrever uma memória. Neste contexto eu não pretendo falar de memórias ruins, também não pretendo contrariar as leis temporais: Memórias são feitas de passado e assim será.

Por hoje minhas memórias serão concentradas no amor, um cliché de poucos dias atrás. São memórias recentes sobre alguém que lutou por mim e me provou o porquê valia a pena.

Eu me lembro dos jantares e dos abraços. Me lembro dos beijos e carinhos. Me lembro que há dois anos rimos em demasia a ponto de a barriga doer, rimos assim há um ano atrás, oito meses, seis meses, quatro meses e ontem de novo.

Me lembro que esses dias viajamos muitas vezes, viagens curtas e viagens longas, houve até viagem sem sair do lugar, mas eu me lembro.

Também há a recordação de que viramos a noite como dois adolescentes em plena liberdade e cheios de energia. Me recordo que repetimos isso muitas vezes e me lembro também que já não somos assim tão jovens e que o corpo suplicou por descanso.

Há tantas memórias de curto prazo que não me lembro de todas, mas se eu tivesse que escrever este texto amanhã sobre esse mesmo tema, acredito que eu falaria sobre outras memórias não ditas aqui. Não pelo fato de não ter importância, apenas porque nosso tempo de memórias possuem tantas delas que precisaríamos de muitos dias de vinhos e queijos que isso naturalmente nos proporcionaria mais memórias.

São memórias de “ontem”. Todas recentes, mas são essas memórias que estão valorizando em nosso cofre de recordações pra podermos aplicar nas memórias de amanhã.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Viúva Negra

Ela já sabia, mas pra viver precisava condenar alguém.
Precisava e assim o fez.
Vivera intensamente.
E agora ao leito de sua vítima, lá estava ela, ouvindo os batimentos úmidos de lágrimas e assistindo o definho lento do escolhido.
"Vivemos", disse ela, inexpressiva
"Vivemos", disse ele, com sorriso já caído.
Ela, pra que não houvesse mais rancor, sem lágrimas e nem dor, desligara os aparelhos.
Ela já sabia, mas pra viver precisava condenar alguém.
Precisava e assim o fez...

domingo, 11 de dezembro de 2016

Leg Godt


Hoje eu acordei triste. Sentimental talvez. Confesso que estou me sentindo também um pouco egoísta.

Deveria estar pensando na família que está longe. No pai e na mãe que devem estar com saudades minha. Talvez na namorada a quem digo que amo todos os dias. Mas hoje acordei com um vazio diferente.

Acordei com a falta do som do atrito que elas emitem, dos formatos mágicos que possam formar, da beleza do sorriso sincero que alguns deles possuem, mesmo sendo eles inanimados.

Acordei hoje acreditando que na minha ausência eles aprontam, transformam e re-transformam tudo por lá e antes que eu chegue de volta, eles tratam de arrumar a bagunça e voltar às suas posições de origem.

Sim, bem típico àqueles filmes infantis que você tanto gosta.

Hoje amanheci assim, com esse desejo infantilmente adulto de estar em casa, analisando minuciosamente cada uma das posições. Verificar se todas as peças e pessoas estão devidamente posicionada, não só por estar, mas posicionadas para transmitir algo, que na minha cabeça remeta a uma ação e que aos olhos dos outros pareça com algo que lhes tragam sorriso ao rosto.

Hoje, especialmente hoje eu queria muito mesmo, assim, em primeira e única pessoa, estar montando LEGO.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Estrela Cadente

É óbvio! Tá claro do que eu vou falar.
Seria até sem graça dizer que "estava escrito nas estrelas!".

Pois é,  você não se enganou se o título entregou o que diria, mas acredite, não havia estrelas.
Um céu escuro, sem nuvens, limpo e inacreditavelmente sem estrelas.

Nada no céu, não no sentido que eu olhava. Era oeste ou noroeste. Era sul ou talvez um horizonte sem norte.
Devia haver lua, mas também não procurei saber. Nem para cima eu estava olhando! Mas num deslize da minha parte, olhei.

Agora sim o óbvio.
Nem eu creio e não espero também que creias. Não deve ser com todos que acontece, mas comigo aconteceu. Não tenho por onde não crer.

Ela, a estrela cadente, passou por meus olhos no momento exato que eu para lá olhei, mesmo que por um instante.

Um sinal? Sempre. Destino? Talvez. Por entrelinhas, estrelas cadentes sempre trazem um aviso.
Se fiz um pedido? Fiz, mas me intrigo.

Quantos de mim viram aquela estrela? Será que foi só eu? Seria uma prepotência minha acreditar que fora só eu?

Não sei. Espero que sim pro tamanho do pedido que fiz. Ele foi bom, afinal, quem desdenha algo ruim pra algo mágico tão repentino?

Mesmo que em poucas palavras, desejei algo bom, desejei nosso bem, seja lá por onde levará.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Mãos à Obra

Uma obra só é uma obra se ela for publicada.

Uma obra em andamento já é obra e pode ser totalmente reformulada.
Uma obra pode ser obra inacabada, mas só se o autor abandonar, seja em vida ou pela morte.
Obras nunca tem fim, quem determina seu fim é seu criador.
Se um autor não publicar sua obra, com certeza ela será ou seria modificada a cada releitura. 

Chega! É assim que o autor finaliza sua obra. Às vezes bate até um arrependimento, sabia? “Podia ter ficado melhor, maior, mais robusta, menos cheia, venenosa, carinhosa, indireta, talvez direta. Mas... Chega!”

Esta é minha obra. Poderíamos ficar aqui por horas, dias, meses relendo esta e modificando, mas para esta, determinei que “agora chega”.

E se você quiser, pode usar desta obra como apoio para criar a sua. E então, lhes convido:

Mãos à Obra!

domingo, 11 de setembro de 2016

Corações Cintilates

Éramos centenas quando nos libertaram. Estávamos todo livres pelas ruas. Corríamos e cintilávamos em massa, como se fosse uma novidade respirar.
Já de cara, algumas dúzia tomaram rumos solitários, acreditando ser assim a forma de encontrar a felicidade. Resolveram cintilar pr'aqui e pr'acolá sozinhos, com penas a luz que os seguiam. Até quando?
Um outro punhado deles ficaram pra trás logo na primeira traição. Traídos pela desatenção do destino, foram macerados pela brutalidade das rodas da discórdia antes mesmo que pudessem cintilar por alguma por razão.
Dos tanto outros que restaram, dançaram ao som do vento e cintilaram à luz da rua, à luz da lua. Muitos se encontraram com as folhas secas que sambavam já secas e sem vida e assim, mais um pouco deles perderam seus brilhos.
E como numa estrada livre e desimpedida, aprendemos que há perigos e desafios. Alguns aprendem da forma mais cruel, outros com a sorte e poucos com as oportunidades.
Daquelas centenas já subtraídas restaram pouco mais que duas dúzia que logo foram vistos em grude com os chorumes escorridos nas sarjetas.
Agora éramos dezenas. Dezenas estas que  juntas mal formavam uma unidade. Cansados e já sem brilho, não viam mais graça nessa tal de liberdade. Cintilavam agora não mais por alegria, mas por necessidade de iluminar seus próprios caminhos e o que era alegria por brilho, passou a ser alegria por vencer obstáculos.
De todos os corações, não sei exatamente o que houve com muitos, mas certeza tenho eu, que agora tenho caneta e papel pra descrever as desventuras de uma estrada traiçoeira e árdua, mas que para mi, até agora serviu de lição. Agora cintilo em comemoração por ter saído vitorioso e contar a vocês a minha versão do que é verdadeiramente cintilar.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Rebelião das Palavras

Escrevo, senão não durmo. Sempre no mesmo horário, quando o corpo pede repouso e a mente lógica pede trégua de raciocinar. 

Basta a cabeça tocar o travesseiro e logo elas vem. Como numa tormenta de ideias sobre mil assuntos diferentes, elas invadem e se batem dentro do crânio. Ecoam pelos ouvidos como num barulho ensurdecedor. 

Como pode? Fazer barulho de dentro pra fora, sem sequer emitir um som?

Reviro na cama de olhos aberto. Viro de um lado pro outro e nada. Estou com sono, mas o barulho me vence. Resisto mais um pouco a fim de querer paz. A fim de que elas desistam, mas não desistem.

Eu, fraco me sento. Coloco-me diante do papel e me abro com ele como quem abre uma porteira pra uma rebelião que brada gritos de vitória. Correm por um dos meus braços e escoam em liberdade em busca de um sentido.

Lá ficam. Estática mas ordenadas e com semblante de missão cumprida. Estão fora. Ainda que presas em um outro mundo, já estão fora de mim.

Talvez agora elas gritarão em outros ouvidos, encherão de lágrimas de tristeza ou alegria outros olhos que não os meus.

sábado, 11 de junho de 2016

Verbo Matemático



Dizem que conjugar verbo é a coisa mais chata do mundo em nosso idioma. Decorar e entender o que é regular ou irregular, aceitar tantos pretéritos de um único presente, onde os futuros também são incertos.
Eu que sou o oposto das humanas, matematizo uma tabela de verbos como se fosse a tabuada.
Os gerúndios, os pretéritos, o imperfeito ou o mais que perfeito. As somas dos prefixos com o tempo do presente ou do futuro.
Pode se 9x7 ou 7x8, que eles viajem ou simplesmente choveu, assim sem sujeito mesmo. Matemática pura!
Contemos juntos os futuros que deixaremos de ter por não conhecermos os pretéritos e por medo de enfrentar os presentes.
Pura equação de vida. Calcular tantos verbos em seu infinitivo pra obter combinações infindáveis para solucionar qualquer estágio trigonométrico de vida.
Nessa Bhaskara da da vida, de subjuntivos a gerúndios, vamos computando as boas e más conjugações que o destino nos propõe.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Sangue Meu

Tudo sangue meu,
Embebedou-se de meu doce,
Se esqueceu de fugir,
Se esqueceu de voar,
Era tão doce que parecia amar.
O amor tem dessas coisas,
Te dá sangue doce,
Te faz esquecer de viver,
E de repente te mata,
Te faz devolver tudo o que engoliu.
E seu dono em desprezo,
Não quer mais saber de retomar.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Poesias & Poemas de Outrem

Me admiro quando vejo que outros poetas escrevam tão bem aquilo que eu gostaria de ter escrito. Descrevem nas mesmas palavras que conheço, mas com um significado único que me parece ser impossível ser escrito por mim.
Como assim? Como podem ser tão bons? Escrevem com tanta alma, com tanto peso de sentimento que me espanta!
Parece prepotência e despeito, pode até ser que seja um pouco. Talvez um pouco de ousadia e desrespeito blasfemar em silêncio:
"Queria eu ter te escrito, caro poema, mas quem lhe escreveu foi outro. Me orgulho por ele tê-lo feito, ainda melhor do que eu seria capaz... Será?"
Mas por fim, até que todo esse pensamento chulo e parco se finalize, já reli teus desabafos e virtudes mais de quinze vezes.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Bilhete Anônimo

Quem nos dias de hoje escreve uma carta a alguém? Quase ninguém, não é mesmo? Quem dirá um bilhete. E anônimo!
Pois bem, eu que vivo mergulhado aos recursos da tecnologia, na velocidade da troca de informação, da mensagem instantânea, quase pra ontem, resolvi enviar um bilhete desses, anônimo, dizendo sinceridades na expectativa de chamar-lhe a atenção.
Observei de longe. O bilhete dançava sob a brisa leve do ar condicionado, incomodava a atenção de quem ali estava concentrada. Da mesa para tuas mãos, deslizou por teus dedos e desfez as quatro dobras do papel. Fitou frente, fitou verso.
Verso! Lá estava, às tuas fuças, o verso. Teus olhos dançaram, da esquerda pra direita em quatro ou cinco golpes. Quantidade de linhas dele, o verso. Na frente ofegava o meu verso ofuscante. Quis prosseguir, e meu verso entender.
Não sei, sorriu, eu vi. Mas anônimo eu fiquei. Tanto em pergunta quanto em resposta. Não sei, sorriu. Foi anônimo e sei que leu. Basta! Dei meu verso e fui, sabendo que meu verso ela leu.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Errar é...

Errar é deixar de escrever seu nome na areia só porque o mar logo vai apagar.
Errar é deixar de litografar uma rocha só por medo de depois de uma era ela se desgastar.
Errar é se preocupar que o tempo vai fazer esquecer essa mesma rocha, lá escrita, mesmo que teu nome permaneça lá, ainda assim, esquecida pelos anos e não compreendida pelas gerações que estariam por vir.
Errar é deixar de dizer teu nome tão alto, por medo de ser dito em vão aos quatro cantos até que os ventos carreguem e transformem teu eco em um vasto e pesado silêncio.
Errar é deixar o pesar da tristeza invadir tu'alma, sendo que tua face só transpira alegria e ternura.
Errar é deixar de errar pelo medo de que o que é certo seja anulado pelo rejeito do seu olhar.
Errar é fazer com que o erro de ter medo anule o que será certamente aceito, pra tua surpresa, por aquele mesmo olhar que você pretensiosamente achou que iria te rejeitar.
Errar é...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Do Verbo Haver

Um dia a gente há de se cruzar,
E havemos de nos unir,
Não Haverá nada que nos separará,
Haja o que houver.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Carta aos Poetas

Me desculpem, não sintam-se ofendidos. Há coisas escritas por vos que um dicionário inteiro não pode rotular. Se digo que vossas habilidades são fantásticas ou fabulosas, então digo mentiras. Me sinto limitado como um dicionário tão vasto é incapaz de me prover palavras de enaltecimentos suficientes.

Filhos da Puta! É isso que vocês são! Veja, não é para ser ofensivo. Não tenho a menor intensão de lhes magoar, nobres amigos, mas é apenas assim que consigo resumir toda a genialidade de uma mente tão fértil como a de vos.

Vão te Foder! Não preciso querer ser genial se já tenho vocês para ler. Escreveis o que sinto sem mesmo me conhecerem. As palavras que estampam em papel emitem sons que eu não preciso de habilidade alguma para ouvir.

É tão libertador proferir palavras de baixo calão no âmbito de potencializar vossas obras que me sinto estratosfericamente leve ao fazê-lo. Faço-o de boca cheia, entonando cada uma das sílabas deste maldizer contraditado com a intensidade maior em destaque. Oxítonas ainda mais Oxítonas. Paroxítonas ditas como quem louva com fé! Proparoxítonas citadas de forma heroicas, retumbante.

Leiam aqui, meus amigos: Vossos poemas são Fodas! São ideias de gênios Filhos da Puta! Vão te Foder! 

E se é pra ser assim, então, nobres amigos, continuem criando estes poemas do Caralho e nunca nos deixem. São obras assim que nos faz respirar e encontrar ânimo pra prosseguir com a vida!

Agradeço.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dois Poemas

Éramos poetas, e resolvemos brincar de escrever um ao outro. Escrevi um poema que dizia:

Deixe que nossos olhares mesclem,
Deixe que os cheiros fundam,
Deixe que os tatos sintam,
Deixe que os beijos beijem,
Deixe?

Logo que leu, em resposta ao que escrevi, recitou seu poema, direto e sem rima, mas o mais belo e jamais visto por mim em toda minha jornada literária. A sentença de um único verbo, uma ação conjugada no mais intenso presente de nossas vidas e que dizia:

Deixo.

domingo, 11 de outubro de 2015

.psychodeliquè.

...e enquanto eles permaneciam fechados, os gráficos coloridos dos equalizadores que a mente criava variavam entre graves e agudos, pulando de lilás pra azul num degradê que traziam tons de roxos e rosas.

...e enquanto tímpanos reverberavam as batidas dos remixes repletos de efeitos metalizados e as alternâncias de pitch, massageava automaticamente a alma num ritmo que só o groove daquela batida podia prover.

...e enquanto os músculos do rosto esboçavam os orgasmos dos ruídos capturados pelos aparelhos auditivos, os pulsos dos dedos digitavam as ondas sonoras por sobre as pernas seguidos de marcações refletidas nas pontas dos pés que ecoavam no chão.

...e enquanto tudo soava, palavras se materializavam e se empunham na ponta da língua pra serem ditas, mas por alguma razão, ficavam ali, presas por entre os dentes, mesmo que os lábios estivessem entreabertos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Oi! Que Bom Te Ver Aqui...

Mas não fique muito perto e nem fale nada.

Qualquer assunto que fluir entre nós, assim como sempre acontece, vai me fazer derreter novamente.

Não quero derreter de novo, pois demoro a me recompor.

A não ser que você me dê um beijo agora, ingrediente primordial pra me dar consistências suficientes pra enrijecer nossos laços e dar base a qualquer assunto, ação ou situação que vier a calhar.

Agora é assim, só aceito sob essa condição. Me beije pra que eu não desmorone e me torne atônito.

Me beije e terei força pra dar fluidez a tudo que nos envolver e assim, poderás permanecer ao meu lado, mais próxima que quiser, sem que eu derreta e suma nas pequenas entranhas da minh'alma.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Hold On

Foi ontem que tudo aconteceu.
De novo.
Queria dizer-lhe que estou morrendo de saudade. Devo me conter? Acalmar o coração?
'Sim.' - diz a razão.
Um perfume, um momento, uma imagem. Me perco em devaneios.
'Mas não é hora' - palpita de novo a razão.
Um coração curioso se revolta: 'E quando é hora?'
Esse músculo bombeia mais sangue e trabalha mais duro quando eu vivo um momento assim.
Confusa, a massa pensante silencia.
E então vem o suspiro pra apaziguar - 'Calma. Mais um convite e verás.'
'Será?' - me pergunto.
'Não importa, estarás lá perto. Pra quê se exaltar?'
Coração perdido, ansioso. Puto.
Cérebro teimoso, culto. Burro.
Suspiro que suspira. Suspira a ponto de faltar ar de tão profundo. E o que fazer?
De leve, uma tristeza. Sem razão. Razão? Tristeza? Coração? Suspiro que me remete a respirar. Respirar e ocupar a mente com algo qualquer.
Água e Óleo: não se misturam. Meu eu ocupado; meio ocupado com qualquer coisa...
... mas, escondido, pensando em você.