domingo, 20 de fevereiro de 2022

Genocídio sem dissimulação

Resolver desavenças através do assassinato. Apesar de repulsiva e inconcebível, é inegável que essa alternativa é colocada em prática inúmeras vezes desde os primórdios da humanidade. Para os cristãos, o primeiro a recorrer a esse extremo foi Caim. Para os evolucionistas, o assassinato de desafetos é um impulso herdado de nossos antepassados.

Matamos por esporte. Não necessariamente como prática esportiva, mas por divergências no esporte. Basta que alguém torça para o time rival. Às vezes nem isso. Jogos com torcida única, comemorações de título, frustrações por derrotas, tudo pode virar palco para assassinatos.

Chegamos à proeza de desenvolver uma retórica para matar em nome da religião. Cunhamos o termo “guerra santa”, para matar em nome de quem morreu por pregar a paz. Tentamos justificar assassinatos, como se Jesus tivesse dito “trucidai-vos uns aos outros” ao invés do sempre lembrado, mas raramente praticado, “amai-vos uns aos outros”.

Como seres racionais que somos, desenvolvemos a política para negociarmos diante de divergências ao invés de partirmos para a guerra. Com o tempo surge a insana conclusão de que “política não se discute”, subvertendo a lógica de que política é discussão em sua mais pura essência – a alternativa é o combate.

A política, além de não ser suficiente para impedir os assassinatos, passou a ser mais um instrumento de justificativa. Desafeto político: mata. Dissidente político: mata. Adversário político: mata. Preso político: mata.

Criativos que somos, unimos argumentos distintos para enriquecer as justificativas dos assassinatos, como política e religião, em um casamento que costuma resultar em tragédias muito bem fundamentadas. A política garantiu a legalidade da escravidão, amparada pelo aval religioso de que negros não teriam alma.

No fim do século 19 a escravidão, ao menos teoricamente, foi abolida. O século 20 gerou uma postura menos dissimulada em relação aos assassinatos. Os fascistas, sucedidos pelos nazistas, não viam necessidade de muita justificativa e moldaram uma ideologia que pregava abertamente a eliminação de quem fosse diferente da suposta “raça pura”.

O resultado foi uma política de extermínio de alguns milhões de pessoas. Não chega a ser surpreendente, sobretudo com nosso histórico de apego ao assassinato para solução de problemas. Quase um século mais tarde, as ideias nazistas seguem seduzindo muitos adeptos. Muitos que curiosamente seriam assassinados pelo regime nazista, mas preferem acreditar que fazem parte da fajuta “raça pura”.

Depois de tantos contorcionismos retóricos para justificar assassinatos com ideias radicalmente contrárias à violência, chegamos à relativização contrária. Uma ideologia que nasce com o objetivo claro e manifesto de exterminar grupos de pessoas, com apoiadores sugerindo que apesar de ter sido idealizado com base no extermínio, ninguém será assassinado com base nas ideologias nazistas.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

tem um monstro que mora nas paredes da minha casa

São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022.

- tem um monstro que mora nas paredes da minha casa - Cristina Santos - post 21 - Blog das 30 pessoas - 


título: tem um monstro que mora nas paredes da minha casa

   Tenho, sem querer, nos últimos tempos me cortado com uma certa frequência. Todos acidentes. Vermelhos. Não sei o que acontece. Desconfio que seja culpa do monstro. É que tem um monstro que mora nas paredes da minha casa.
   Não me recordo do dia de sua mudança. Só sei que ele está ali. E ali. E ali também. Por todas as paredes a me observar.
   Respiro.
   E me aceito com a presença do monstro. Do monstro que mora em mim.


Oiê, Pessoal.
Até o próximo post.
Beijos,
Cristina Santos


P.S.: escrevi esse miniconto em novembro de 2017.  

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Dynamic earth

Esse final de semana fizemos um passeio muito interessante! Fomos visitar uma atração chamada "Dynamic Earth". Eu gosto de dizer que é uma espécide musei interativo, mas não é exatamente isso. É mais que um museu. É um espaço bem tecnológico e interativo, que tenta apresenta a história do planeta terra - como foi criado e se desenvolveu, e ameaças naturais (como super vulcões) ou humanas (como mudanças climáticas).

O mais incrível de tudo é ser uma atração baseada em ciência e com caráter educativo! Vimos pessoas de várias idades lá dentro, especialmente famílias com crianças pequenas. Fomos visitar num domingo e o local estava bem cheio, mesmo sendo um atração paga e não muito barata - o ingresso custou 16 libras.

De todas as coisas que vi, as que mais me chamaram atenção foram: um elevador que simulava uma nave espacial; um filme em 3D simulando uma aeronave voando por diferentes biomas; um mini iceberg - isso mesmo, uma pedra de gelo gigante dentro de uma sala, parecia um pedaço de um iceberg; um filme sobre super vulcões narrado pelo maravilhoso Benedict Cumberbatch (o ator que interpretou o Alan Turin no filme Jogo da Imitação e também o Doutro Estranho).

Com certeza é um lugar para visitar em Edimburgo! Encontrei um texto em português que explica melhor o que é esse local: https://www.edimburgo.net/our-dynamic-earth

Deixo também um vídeo (esse em inglês), que mostra algumas imagens do local.







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