Acho que se deve poder falar qualquer abobrinha, isso chamava liberdade de expressão.
Todas as imensas besteiras podem ser ditas.
Você pode fazer tudo.
Pode sair voando, ou voltar no tempo? Pode! Provavelmente você não vai conseguir, mas poder pode!
E se você quiser sair na rua matando, atropelando, xingando, pode?
Pode! Não deve, mas poder pode. Claro que você vai ter que arcar com as consequências...
Então fazer pode tudo, mas muita coisa não se deve, não só pela coisa em si, as vezes alguém simplesmente não entende que tal coisa é ruim, então criamos um consequência, um castigo, uma ameaça. E no geral funciona, ou eu já havia matado meia duzia na hora da raiva.
Agora, sentir. Posso sentir atração sexual por criancinhas, cadáveres ou animais? Posso sentir nojo daquelas duas meninas se beijando? Posso odiar aquele japa, torcedor do outro time, carioca, argentino?
Pode! E não tem que ter castigo, nem consequência, porque você pode sentir qualquer coisa, e nem sempre consegue controlar o que você está sentindo. Você não só pode sentir o que quiser, mas deve sentir tudo.
Aí tem uma ponte, entre o que sinto, que é problema meu, só meu, e o que eu faço, que é problema de todo mundo. Posso sentir vontade louca de matar, mas não devo matar.
O que faz muitas vezes com que eu não pratique algo prejudicial a mim ou a outros que genuinamente estou sentindo costuma ser falar sobre isso.
E é aí que o politicamente correto me incomoda, o quase clichê " falar sobre o que estou sentindo" ajuda de verdade.
Se alguém acha uma coisa, não falar sobre isso não vai fazer a pessoa deixar de achar, deixar de sentir.
Tem que ter espaço para se falar barbaridades, para que se converse e alguém te explique por que aquilo não é verdade, não é bem assim. Só assim você pode mudar o que você pensa, o que você acha, até o que você sente.
Ah, mas "formadores de opinião", professores, famosos, não deveriam ter mais cuidado? Não! Todos deveriam ter o mesmo cuidado de tentar se informar um pouco antes de sair falando qualquer coisa, todos.TODOS. Mas conversar é um jeito de aprender, e conversar envolve idéias boas e ruins.
Não deveríamos ter medo de qualquer opinião impopular, como uma criança tem medo de falar palavrões. Deixe a criança falar o palavrão, então a chame para conversar e quando ela souber o que aquilo realmente quer dizer, ou como faz os outros se sentirem, ela pode parar, não por medo, mas por opção.
Sinta-se como quiser.
Fale sobre tudo, mesmo que pareça ignorante, racista ou idiota.
Escute.
Avalie bem antes de fazer, não por que não pode, mas por que muitas vezes não deve.
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