Membros do alto escalão do governo se unindo para omitir da população um mal invisível e letal, que ao longo dos anos faz com que a quantidade de pessoas com câncer aumente drasticamente. A série Chernobyl trouxe esse cenário macabro à tona e muitas vezes não percebemos o quanto essa realidade está próxima dos brasileiros.
Isso nada tem a ver com as duas usinas nucleares de Angra. O problema aqui são os agrotóxicos, que os ruralistas querem chamar de defensivos agrícolas ou produtos fitossanitários. Eufemismos para veneno.
Não é de hoje que o Brasil utiliza agrotóxicos proibidos em outros países. Também não é de hoje a pressão da bancada ruralista para que agrotóxicos ainda mais nocivos sejam liberados, com o pretexto de aumentar a produção e reduzir o preço final.
A novidade é que com o novo governo a liberação de novos agrotóxicos tem acontecido com uma rapidez nunca antes vista. Só neste ano, até o fim de junho, foram liberados 239 novos agrotóxicos. Um recorde inglório para um país que já não tinha bom retrospecto em relação aos venenos utilizados na lavoura.
Alegar que menos agrotóxicos traria prejuízo econômico é ignorar o custo incalculável do impacto que o veneno traz ao meio ambiente. A água contaminada desde o campo até a cidade, por produtos que não são eliminados após o tratamento, será consumida pela população, com efeitos diretos sobre o sistema de saúde.
É impossível estabelecer uma relação de causa e efeito inquestionável entre um problema de saúde e o uso intensivo de agrotóxicos, porém os danos à saúde da população é o que faz qualquer país, capitalista, que visa o lucro, vetar produtos que vêm sendo liberados amplamente no Brasil.
Oficialmente o desastre de Chernobyl teve 31 mortes confirmadas. Um número patético para uma tragédia daquela magnitude. Não é possível calcular o número exato. O perigo era invisível e a relação de causa e efeito com as mortes sempre foram questionadas pelo governo. Destino triste para uma população negligenciada pelo governo.
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