Por vezes inverto. Na minha cidade, na minha rua, no meio da multidão a que estou adaptada, atrevo-me a olhar em volta como se não estivesse acostumada aos mesmês. Arrisco-me descortinar a padaria da esquina, o gato que me espreita da varanda em frente, os berros do carro do abacaxi como se eu os visse ou ouvisse naquele instante, de imediato. Estando eu fora, finjo ser nativa, com medo de passar por perdida em lugar em que não saiba de onde voltar.
Descobrir formas de me encontrar não é esquecer como deixar de ser.
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