Uma guerra não se faz com armas, se faz com ódio. Bombas, tanques e armas são meras ferramentas a serviço de um sentimento levado às últimas consequências. É o ódio que faz um soldado russo desviar a rota de um tanque para esmagar o carro de um civil desconhecido.
Para alimentar o ódio, a disputa de narrativas utiliza as mesmas táticas seja qual for o lado. Se o ódio for anterior ao conflito tudo fica mais fácil. Por isso as reações às guerras são variáveis.
A população da Ucrânia se encaixa em uma referência idealizada, que motiva um deputado a viajar até próximo ao conflito e tentar colher os frutos da suposta benevolência, até ser desmascarado pelos áudios de bastidores. Mais que ajudar, havia o interesse na beleza caucasiana. Diante do indefensável só foi possível alegar que “pelo menos ele não roubou”, mas a viagem foi paga com dinheiro público.
Conflitos na África ou Oriente Médio não contam com a simpatia ao padrão caucasiano. Não se trata de fiscalizar tristezas. É compreensível que nos sentimos tocados por alguns eventos mais que por outros. Ainda assim, não é por acaso que olhamos para questões internacionais como uma simples divisão de heróis e bandidos.
Em um sistema econômico que traz o capital no nome, a preocupação não está voltada para a sociedade. Se estivesse, as divergências seriam resolvidas com diplomacia. A milionária indústria bélica lucra rios de dinheiros com bombas e armas, comercializada com todos os envolvidos no conflito. A especulação financeira analisa a guerra para decidir de onde tirar e onde aplicar o capital que batiza o sistema econômico.
Alguns ingênuos apostam no capital para solucionar as guerras, com sanções econômicas que só prejudicam a população do país alvo. Hoje há quem boicote o strogonoff e os clássicos da literatura russa, em atitude comparável a tomar cloroquina contra Covid. Não notam que, assim como no livro 1984, de George Orwell, os inimigos a serem odiados são fluidos.
Se ontem a Venezuela deveria ser riscada do mapa, hoje a maior reserva de petróleo do mundo deve ser aliada, para suprir a carência provocada pelo boicote ao petróleo russo. Os direitos humanos, a serem respeitados incondicionalmente, são relativizados quando ao mesmo tempo em que são defendidos na Ucrânia, são desprezados na Arábia Saudita, que executou mais de 80 pessoas enquanto vendia petróleo para também suprir a carência gerada pelo boicote aos russos.
Mais uma vez o ódio entra em cena para relativizar e justificar as execuções sauditas. Eram todos terroristas. Não é de hoje que atividades ilícitas são utilizadas como suposto argumento para invalidar direitos humanos. Uma breve passada por programas policiais no Brasil deixa esse argumento bem claro.
Divergências entre seres humanos que possuem interesses conflitantes são inevitáveis. Existem em pequenos círculos familiares, que dirá entre grandes potências mundiais. Mais útil do que procurar por heróis e bandidos, é compreender que não há heróis em guerras. Há vítimas. Vítimas do ódio, vítimas de aproveitadores, vítimas de interesses econômicos.
Para alimentar o ódio, a disputa de narrativas utiliza as mesmas táticas seja qual for o lado. Se o ódio for anterior ao conflito tudo fica mais fácil. Por isso as reações às guerras são variáveis.
A população da Ucrânia se encaixa em uma referência idealizada, que motiva um deputado a viajar até próximo ao conflito e tentar colher os frutos da suposta benevolência, até ser desmascarado pelos áudios de bastidores. Mais que ajudar, havia o interesse na beleza caucasiana. Diante do indefensável só foi possível alegar que “pelo menos ele não roubou”, mas a viagem foi paga com dinheiro público.
Conflitos na África ou Oriente Médio não contam com a simpatia ao padrão caucasiano. Não se trata de fiscalizar tristezas. É compreensível que nos sentimos tocados por alguns eventos mais que por outros. Ainda assim, não é por acaso que olhamos para questões internacionais como uma simples divisão de heróis e bandidos.
Em um sistema econômico que traz o capital no nome, a preocupação não está voltada para a sociedade. Se estivesse, as divergências seriam resolvidas com diplomacia. A milionária indústria bélica lucra rios de dinheiros com bombas e armas, comercializada com todos os envolvidos no conflito. A especulação financeira analisa a guerra para decidir de onde tirar e onde aplicar o capital que batiza o sistema econômico.
Alguns ingênuos apostam no capital para solucionar as guerras, com sanções econômicas que só prejudicam a população do país alvo. Hoje há quem boicote o strogonoff e os clássicos da literatura russa, em atitude comparável a tomar cloroquina contra Covid. Não notam que, assim como no livro 1984, de George Orwell, os inimigos a serem odiados são fluidos.
Se ontem a Venezuela deveria ser riscada do mapa, hoje a maior reserva de petróleo do mundo deve ser aliada, para suprir a carência provocada pelo boicote ao petróleo russo. Os direitos humanos, a serem respeitados incondicionalmente, são relativizados quando ao mesmo tempo em que são defendidos na Ucrânia, são desprezados na Arábia Saudita, que executou mais de 80 pessoas enquanto vendia petróleo para também suprir a carência gerada pelo boicote aos russos.
Mais uma vez o ódio entra em cena para relativizar e justificar as execuções sauditas. Eram todos terroristas. Não é de hoje que atividades ilícitas são utilizadas como suposto argumento para invalidar direitos humanos. Uma breve passada por programas policiais no Brasil deixa esse argumento bem claro.
Divergências entre seres humanos que possuem interesses conflitantes são inevitáveis. Existem em pequenos círculos familiares, que dirá entre grandes potências mundiais. Mais útil do que procurar por heróis e bandidos, é compreender que não há heróis em guerras. Há vítimas. Vítimas do ódio, vítimas de aproveitadores, vítimas de interesses econômicos.
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